sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Parral, Guachochi e Creel

Sábado, 10/Jul (43º dia de viagem) a Segunda-feira, 12/Jul (45º dia de viagem)
Iniciamos a jornada bem cedo, depois que conseguimos acomodar toda a nossa bagagem na moto, que ficou sobrecarregada. Ao cair da noite, chegamos a Hidalgo del Parral, terra de Pancho Villa. Na cidade, um museu lembra os feitos do seu famoso filho. Visita obrigatória.
Na sequência, chegamos até Guachochi, e aproveitamos o restante da tarde para conhecer o famoso cânion Barranca Sinforosa, da serra Tarahumara. Tão imenso quanto o Grand Canyon norteamericano, ou mais, mas com um grande diferencial: com vida, animal e vegetal. E habitado!
Dia seguinte, temprano fomos conhecer a Barranca Sinforosa, em uma avioneta. Davi, o jovem piloto do Cesna, nos levou num passeio magnífico pelos cânions, quando tivemos a rara oportunidade de ver, em detalhes, a vida que brota nas barrancas. Parece impossível, mas os Tarahumaras habitam as chamadas “covas”, literalmente penduradas em penhascos. Naquelas profundidades, eles têm suas criações, suas plantações, fabricam suas artesanias.
De Guachochi fomos a Creel, por uma das rodovias mais formosas que já vimos. O asfalto serpenteia por entre vales verdes, florestas de araucárias, e quando menos se espera, mergulha em cânions profundos. Curvas, muitas curvas. Estamos no topo da Sierra Madre Occidental.
Em Creel, mais uma maravilha: as Barrancas de Cobre. Um passeio magnífico, que teve um componente extra, que muito o valorizou: o Rafael, o motorista da Van que nos levou. Um verdadeiro “mariachi”. Muito espontaneamente, cantou para nós, as mais lindas canções mexicanas.  E foram tantas, do Miguel Aceves Mejia, do Cuco Sanchez, do Fernando Fernandez...
E na Barranca Oteros, enquanto apreciávamos a beleza do rio, que corria a centenas de metros abaixo, assistimos extasiados uma cena que já há muito tempo ansiávamos ver: uma mãe índia colocar seu bebê nas costas. É costume do povo indígena, desde o Peru até aqui no México, as mães andarem com seus bebes presos às costas, amarrados com um manto chamado “reboso”. Ali o bebe se acomoda tranquilamente, enquanto a sua mãe, com os dois braços livres, executa os trabalhos domésticos. Mas como elas fazem isso? Era uma pergunta até então sem resposta. Será que elas têm ajuda de uma terceira pessoa? Hoje vimos que não. Com muito carinho, segurança e firmeza, sozinha ela enrola o bebe no manto, e num gesto com decisão, e muita precisão, leva-o às costas, segurando-o ao mesmo tempo pelos bracinhos e pelo manto. Depois desliza as mãos pelo manto até a frente do corpo, mantendo o bebe firmemente preso às costas, para rapidamente dar o nó nas extremidades. Até parece uma mazurpia, mas nas costas. O bebê se encaixa perfeitamente, se acomoda e logo dorme tranquilamente.

Marco onde foi morto Pancho Villa


Barrancas Sinforosa

Barrancas del Cobre

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