quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vitória

Nosso destino é Vitória, no Espírito Santo, para participar do VIII Encontro Internacional dos Fazedores de Chuva, evento esse que reúne a elite do motociclismo mundial.
Dia 13/11, terça-feira, saímos de Balneário Camboriú bem cedo, com muita chuva, na companhia do Léo, em sua BMW. Fomos com nossa Harley Davidson Ultra Classic, já bastante rodada, quase centenária, mas muito confortável e apropriada para longas viagens.
Em Curitiba, Arno, de Brusque, em sua Harley Davidson Heritage se junta a nós. Grande companheiro, muita experiência de estrada, e sobretudo, sempre muito bem humorado.
Para evitar os congestionamentos da Marginal Tietê, em São Paulo, optamos por uma rota alternativa: seguimos até o final do Rodoanel, tomamos uma estrada secundária, passamos por Perús, depois Franco da Rocha, e em Mairiporã tomamos a Fernão Dias, até Atibaia. Ali seguimos pela D. Pedro até a Dutra, e por esta chegamos a São José dos Campos, onde nos hospedamos no Hotel Ibis. Foi uma bela jornada, sem qualquer tipo de problema.
Dia seguinte continuamos pela Dutra, quando fomos alcançados pela dupla Lazinho e Laércio (não, não se trata de uma dupla sertaneja) e respectivas esposas/garupas, em suas possantes Harleys - Uma Ultra e uma Classic. Agora éramos cinco motos, oito viajantes. E de quebra, agora eu e Terezinha podíamos conversar com o Lazinho e Iza, já que nossas motos possuem rádio faixa cidadão. Muito bla, bla, bla...
A chuva era nossa constante companhia.
Pernoitamos em Campos, no hotel Comfort. Novo, muito bom.
Quinta-feira chegamos a Vitória, onde, para variar, chovia muito. Mas estávamos alegres e felizes por termos chegado bem. Agora é só curtir o encontro.
Ficamos no Hotel Bristol Alameda Vitória, na praia Camburi. Muito bom.

Relaxando durante um pitstop: (pela direita) Léo, Laércio, Lazinho, Iza, Jo, Terezinha, Arno e eu).

O encontro somente começou na sexta-feira, dia 16. Devido ao mau tempo, e às condições adversas do mar, as atividades matinais foram suspensas (passeio de barco pela baia de Vitória, e visita a um navio no porto). Mas a organização do evento contornou o problema de forma muito criativa: reuniu o pessoal e deu oportunidade a todos para se apresentar. Histórias comoventes, maravilhosas, engraçadas, criativas, foram relatadas. Cada participante, de forma muito criativa e particular, fez a sua apresentação. Muito bom.

Terezinha e eu nos apresentado ao grupo.
O almoço estava divino: moqueca capixaba num dos mais tradicionais restaurantes da cidade: o Papaguth. Um pecado!
À tarde interessantes palestras, sobre o uso do GPS e do SPOT, brilhantemente apresentada pelo Elton, de São Paulo  e sobre câmara Go-Pro, apresentada pelo Johnny, de Rio do Campo, Santa Catarina. Muito bom!
À noite, mais comida no restaurante Portomare e continuação das apresentações individuais. Mais histórias, mais risos, mais alegrias, mais integração.

Convento da Penha, em Vila Velha, visto da 3ª Ponte
Sábado de passeio, de moto, por Vitória e Vila Velha, cidades irmãs separadas pela Bahia de Vitória, mas unidas fisicamente por diversas pontes. E a chuva? A chuva parou, o sol brilhou, e lá fomos nós, todos, em nossas motos, apreciar as belezas locais.
3ª Ponte, ligando Vitória a Vila Velha, vista do Convento da Penha.

Àgua de coco para refrescar, com direito a saborear a polpa
O almoço foi na casa de Pratinha e Lu, os anfitriões. Tudo perfeito: bom churrasco, chopp geladinho (opps! não posso beber porque estou manejando), e muito refrigerante. Tudo perfeito. Em seguida houve a cerimônia de entrega dos diplomas e brazões, para os Valentes Fazedores de Chuva (aqueles motociclistas que visitaram todos os municípios de um Estado, comprovando o feito com foto em frente a cada uma das prefeituras), e para os Grandes Caciques Fazedores de Chuva (aqueles motociclistas que percorreram desde Ushuaia, na Patagônia Argentina, até Prudhoe Bay, no Alasca.

Com muita honra, entregamos o diploma e o brazão ao GCFC Omena.

O nosso Certificado de Participação, exibido com orgulho.
Terminado o encontro, quero agradecer ao casal anfitrião Pratinha e Lu, pela excelente organização e pela hospitalidade. Sentimo-nos em casa. Que bom. Também agradecer aos nossos Grandes Caciques Dolor e Angela, responsáveis pela condução e encontro deste intrépido grupo de motociclistas amigos, uma vez ao ano, em qualquer lugar das Américas. Já estamos ansiosos por saber quando e onde será o próximo.
Também, é de se ressaltar o foco dos encontros dos Fazedores de Chuva: é na confraternização, na amizade, companheirismo, troca de experiências. Nada de apelo por determinada marca de motocicleta, e outro detalhe importante, não visa lucro. Cada um pagou as suas despesas, diretamente no hotel ou nos restaurantes. Nada de kits enormes, impossíveis de carregar na moto, caros, com supostas lembranças e brindes duvidosos. Assim devem ser os próximos encontros dos Fazedores.
A 3ª Ponte: belíssima. Ao fundo, Vila Velha.
Domingo, dia 18/11, iniciamos o retorno. Por conta de alguns compromissos particulares, separamos-nos de nosso grupo, eis que eles pretendem fazer o retorno em dois dias apenas, e nós, talvez um pouco mais.
Nosso primeiro compromisso foi visitar o Palácio Anchieta, a sede do poder executivo do Estado do  Espírito Santo. O palácio localiza-se exatamente a frente do Porto de Vitória, na entrada da Cidade Alta, um dos bairros mais antigos da cidade.
No Século XVI, o Palácio Anchieta foi construído pelos padres jesuítas e até 1760 abrigou o Colégio de São Tiago, e guarda o túmulo simbólico do padre José de Anchieta (os restos mortais foram removidos para transporte até Portugal, mas o navio que os levava naufragou), que costumava percorrer a pé o trecho de, aproximadamente 100 km, de Vitória até o município de Anchieta, no sul do estado. O Palácio é utilizado como sede do Governo do estado desde o século XVII, sendo uma das sedes de governo mais antigas do Brasil.



Palácio Anchieta, em Vitória, sede do governo do Espírito Santo.
Nosso próximo compromisso, era no Rio de Janeiro. Visitar o Palácio Guanabara, sede do governo estadual. E lá fomos nós.
Palácio Guanabara localiza-se na Rua Pinheiro Machado (antiga Rua Guanabara) ,no bairro de Laranjeiras, na cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado homônimo.
Sua construção iniciada pelo português José Machado Coelho em 1853, tendo sido utilizado como residência particular até a década de 1860.
Reformado, tornou-se a residência da Princesa Isabel e seu esposo, o Conde d'Eu, sendo conhecido a partir de então como Palácio Isabel. À época, o acesso ao palácio era feito pela Rua Paissandu, que por essa razão foi ornada com uma centena de palmeiras imperiais. Pertenceu aos príncipes até a Proclamação da República (1889), quando foi confiscado pelo governo militar e transferido ao patrimônio da União. Até hoje a Família Imperial tenta retomar sua posse (sendo um dos processos jurídicos mais antigos do país).
O palácio foi utilizado pelo presidente Getúlio Vargas como residência oficial durante o Estado Novo (1937 - 1945). Foi atacado durante o Putsch da Ação Integralista Brasileira em 1938, sendo repelidos pela Polícia Especial do Rio de Janeiro, reação reforçada, posteriormente, pelo Exército. A partir de 1946, passou a sediar a Prefeitura do Distrito Federal até 1960, ano da criação do Estado da Guanabara.
Deixou de ser a residência oficial, quando esta retornou para o Palácio do Catete e foi, mais tarde, transferida para o Palácio Laranjeiras, a dois quarteirões de distância.
Foi doado ao governo do antigo Estado da Guanabara pelo presidente Erneste Geisel (1974 - 1979).
Atualmente, a partir da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, é utilizado como sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que foi transferida do Palácio do Ingá, em Niterói. A residência oficial do governador do Rio de Janeiro é o Palácio Laranjeiras, no mesmo bairro.

Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro
Dia seguinte, segunda-feira, 19/11, partimos para nosso terceiro compromisso: visitar o Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo. O GPS nos levou até ele, sem qualquer dificuldade, através das movimentadas ruas da capital paulista. Lá chegando, fomos impedidos de entrar.
- Hoje não é dia de visitas. Voltem amanhã, disse o comandante da guarda palaciana (parece-me que o nome dele era Balesteros, ou algo assim).
- Mas só uma foto, senhor. Nós, na moto, em frente ao Palácio.
- Não! Amanhã vocês poderão visitar o palácio. Mas nada de fotos.
- Então posso fazer uma foto aqui, na frente do portão?
- Aí pode.
- Então, por favor, poderias sacar a foto para nós?
- Não!
Diante desta negativa, não me contive. Isto também já é demais. O Palácio é um prédio público, e o cidadão não pode sequer bater uma fotinha! Mas que barbaridade! Num gesto de muita coragem e ousadia, apoiei a moto no pezinho, desci, cara de mau, e tomei a única atitude que um cara decente pode e deve tomar numa hora dessas: da nossa bagagem saquei o tripé, armei, prendi a câmara, regulei o temporizador do disparo para dez segundos, e clic. Pronto! Foto feita, vamos andando.
- Gracias, senhor!

Palácio dos Bandeirantes é o edifício-sede do Governo do Estado de São Paulo e residência oficial do governador. Localizado no distrito do Morumbi, na cidade de São Paulo,o palácio também abriga as Casas Civil e Militar, algumas Secretarias de Estado e um amplo acervo histórico e artístico aberto à visitação pública.
O Palácio dos Bandeirantes foi projetado por Francisco da Nova Monteiro em 1954 para abrigar a Universidade Conde Francisco Matarazzo, mas teve suas obras paralisadas em 1955, em virtude de problemas financeiros. Desapropriado durante a gestão de Adhemar de Barros, o edifício substituiu o Palácio dos Campos Elísios como sede do poder executivo paulista.
Fachada do Palácio dos Bandeirantes
Vista Aérea do Palácio dos Bandeirantes
Além do Bandeirantes, o Governo de São Paulo possui outros dois palácios oficiais: o Palácio do Horto, residência de verão do governador, localizado no Horto Florestal de São Paulo, e o Palácio Boa Vista, residência de inverno, na cidade de Campos do Jordão. 

Palácio dos Bandeirantes. Não nos deixaram entrar. Fotografamos no Portão.
E ainda tivemos tempo de tocar até Registro, onde nos hospedamos no Hotel Valle Sul. Muito bom, às margens da rodovia, com um pessoal muito atencioso, e boa comida.
Manhã de sol na terça-feira, dia 20/11. Sem muita pressa rumamos para Curitiba para mais um compromisso: fotografar no Palácio Iguaçu, sede do Governo do Estado do Paraná. Aí não tivemos qualquer tipo de problema ou dificuldade. Foi só parar a moto, armar o tripé e pronto.

Palácio Iguaçu é a sede do governo do Paraná e esta localizado no Centro Cívico, em Curitiba. Foi idealizado no governo de Bento Munhoz da Rocha, que governou o Estado na década de 1950, e sua inauguração ocorreu em 1953. Além do Palácio Iguaçu o projeto também previa a criação da Assembléia Legislativa do Paraná e diversos prédios públicos nas proximidades da sede estadual.
O Palácio Iguaçu deve sua designação ao rio de mesmo nome, que possui suas nascentes junto à capital e, em sua foz, as mais famosas cataratas do mundo. É um extenso curso d'água, que atravessa o território paranaense, desde o extremo leste até a tríplice fronteira internacional, a oeste. Na língua tupi-guarani, a palavra Iguaçu significa ÁGUA-GRANDE, como se fosse um sinal de vocação e destino, para o povo e o Estado do Paraná.


Palácio Iguaçu, em Curitiba, sede do governo do Paraná
Esta viagem nos proporcionou oportunidade de rever muitos amigos motociclistas, com os quais tivemos a felicidade de conviver muitos dias, em viagens por aí. Mas também tive a felicidade de encontrar três amigos que não via há muitos anos, quarenta e cinco para ser mais preciso. Somos colegas do curso de Infantaria do Exército Brasileiro, feito na EsSA (Escola de Sargentos das Armas), em Três Corações, Minas, nos idos de 1967. Terminado o curso, fomos prestar serviço em unidades espalhadas pelo Brasil, e nunca mais nos encontramos. Porém, nunca perdemos o contato. A amizade que nos une, foi forjada nas duras lides da caserna, em uma escola militar, onde a disciplina é praticada nos extremos, onde nós, os alunos, tínhamos o direito de dizer apenas três coisas: "Sim Senhor", "Não Senhor", e "Quero ir Embora". Esta amizade é para sempre. Aí estão eles.
Com o hoje Capitão Chagas, morando em Vila Velha. ES.

Com o hoje Capitão Revelino, morando em Caçapava, SP.

Com o hoje Dr. Ventura, morando em Curitiba, PR.