quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Deadhorse

Sexta-feira 30/Jul (63º dia de viagem)
Desde a nossa chegada a Coldfoot, ontem à tarde, ouvimos diversos comentários a respeito da estrada até Prudhoe Bay, do péssimo estado em que ela se encontrava devido a fortes chuvas, e, pior, que as Harleys não passariam. Um verdadeiro terror. E isto vinha principalmente de motociclistas que passaram, em suas bigtrails. Ouvíamos cada um deles atentamente, fazíamos perguntas, ficávamos a imaginar o que realmente nos aguardava. Dormimos abraçados com a incerteza do próximo dia. Mas, durante a noite, o amigo travesseiro aconselhou: “Sigam! Vão conferir! Afinal, vocês vieram de tão longe, e não vão desistir agora, vão?”
Amanheceu (se é que anoiteceu!) com tempo firme. Só um espesso nevoeiro cobria os morros vizinhos. Aqui e acolá já se via sinais do sol conseguindo furar o escudo formado pelas nuvens. Bom sinal.
Após dois meses de viagem, não precisamos de muita conversa para tomar uma decisão. Bastou olharmos uns para os outros, e num instante já estávamos prontos, decididos a enfrentar o último trecho a nos separar de Prudhoe Bay. Os cinco possantes motores roncaram e partimos. Os tanques foram enchidos até a boca, com a moto em pé (bem na vertical) para caber mais combustível, e ainda, alguns galões sobressalentes para enfrentarmos algum imprevisto, e ganhamos a estrada.
A rodovia AK-11, ou Dalton Highway, está em obras, em toda a sua extensão. E o terror dos motociclistas é a dupla, patrola e caminhão da água. A primeira aplaina a estrada, deixando atrás de si, muita terra fofa. E o segundo, joga água, para que, com o movimento dos caminhões, compacte o piso. Só que, enquanto não passarem os caminhões, e aquela água não secar, fica um lamaçal só. Não há moto que resista. É queda na certa.
Nestes 390 Km que separam Coldfoot de Deadhorse, a rodovia está em boas condições, permitindo velocidades de até 100 km/hora, com toda segurança. Após Happy Valley, que alegria. Asfalto, o velho e bom asfalto, e por 45 Km.
À medida que avançávamos em direção ao Oceano Ártico, a paisagem ia mudando. Os bosques de pinheiros deram lugar a extensa pradaria coberta por capim. As montanhas sumiram. Muito longe, no horizonte, o céu azul e a terra se encontravam. Nenhum sinal de chuva. Agora nada mais era capaz de nos deter. Deadhorse estava bem ali, quase podíamos tocá-la com as mãos.
Às quatro da tarde, estacionamos as Motos em frente ao Artic Caribou Inn, em Deadhorse, depois de rodar 24.238 quilômetros. Amanhã iremos a Prudhoe Bay, de ônibus, pois não é permitida a entrada de veículos particulares. Somente excursões organizadas.
Alerta sobre o próximo abastecimento...



A patrola acabou de passar por aqui!


Em algum lugar do Alaska...



O Oleoduto acompanha a rodovia







Deadhorse à vista!

O Hotel

Nenhum comentário:

Postar um comentário