sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Começando o retorno

Domingo, 1º/Ago, a Terça-feira, 3/Ago (65º ao 67º dia de viagem)
Iniciamos nossa jornada de volta para casa, bem cedo, depois de um reforçado breakfast, e uma visita à loja de conveniências do hotel, onde cada um preparou o seu “catanho”, à base de sucos, salgadinhos, frutas secas, biscoitos e barras de cereal. Detalhe: tudo incluso no preço da diária.
E a rodovia. Como estará a rodovia até Fairbanks? Essa era a grande indagação entre nós. Ninguém tinha a resposta. A expectativa era grande. Não choveu nos dois últimos dias. Bom sinal. A torcida para que não chovesse no dia de hoje era grande. E nossas preces foram ouvidas, e atendidas. E mais que isso. Hoje é domingo, e nesse dia, os trabalhos de manutenção na rodovia são suspensos, exceto nas partes críticas. Isso significa que não encontraríamos aquela temível dupla, caminhão d´água & patrola, o grande terror dos motociclistas.
No geral, a estrada estava boa, e cobrimos o percurso de 912 quilômetros em 12 horas e trinta minutos.
O hotel que ficamos em Fairbanks (Blue Roof Bed & Breakfast) nos proporcionou a rara oportunidade de fazermos uma refeição do tipo “caseira”. Gentilmente nos cederam a churrasqueira a gás para assarmos o nosso próprio churrasco. No supermercado mais próximo e compramos os ingredientes necessários: salsichas, hamburgers (daqueles bem grandes, suculentos), pães, e cerveja. Bud Light, naturalmente.
Na manhã seguinte, enquanto uncle Joe preparava nosso breakfast, uma importante reunião entre os expedicionários: nossas motos necessitavam urgentemente de lavação (estavam cobertas de lama do Alaska) e inspeção mecânica (luzes, filtros, freios). A oficina Harley em Fairbanks não trabalharia naquele dia, segunda-feira. Então precisávamos tomar uma decisão: aguardarmos até amanhã para fazer esses serviços, ou tocarmos até Whitehorse, cidade mais próxima em nosso roteiro que tem oficina Harley. Conscientes de que nossas motos necessitavam urgentemente de inspeção técnica sobre as condições de viagem, decidimos seguir. Seriam 949 quilômetros, pelo trecho em que o asfalto apresentava as piores condições que enfrentamos até aqui: muito loose gravel (pedriscos sobre o asfalto), ondulações longitudinais, e grandes trechos em obras.
Na saída de Fairbanks, um instante de encantamento e magia, onde voltamos a ser crianças. Em North Pole, visitamos a Casa do Papai Noel.
Depois de algumas horas de viagem, a fronteira com o Canadá. Agora vamos para a aduana. Por aqui existe uma particularidade. Ao contrário das complicadas aduanas, onde, ao cruzar uma fronteira, é necessário “fazer” duas aduanas: uma de saída e outra de entrada, aqui só se faz uma. A de entrada. Então, tínhamos pela frente a aduana do Canadá. E para surpresa nossa, a funcionária que nos atendeu, falando em bom português, nos deu as boas vindas. Uau! Como é bom compreender todas as perguntas que nos fazem. E responder, e ser entendido. Explicou ela, que é nascida no Canadá, filha de portugueses. Que gosta quando tem a oportunidade de conversar com alguém, na língua de seus pais. Ficaríamos mais tempo conversando com ela, porém ela precisava trabalhar, e nós, seguir nossa viagem.
Neste trecho de estrada, nos chamou a atenção, a grande quantidade de ciclistas viajando. Sós, ou em duplas, bicicletas cheias de alforjes, pacientemente eles vencem grandes distâncias. Haja resistência.
E em Destruction Bay, às margens do Kluane Lake, lá está aquele carro de polícia, vigilante. É visível de longe. Instintivamente, todos diminuem a velocidade. Também pudera, a polícia está logo ali. Mas para surpresa geral, não passa de uma placa, em forma de carro. Carro de polícia. Mesmo quem conhece, quem já passou por ali várias vezes, fica na dúvida e diminui a velocidade. Vai que tiraram a placa e é polícia de verdade!
Chegamos a Whitehorse bastante tarde, e dedicamos o dia seguinte a cuidar das motos, e nos preparar para um passeio de trem a Skagway, para amanhã.
Alaska Highway



Alaska Highway - manutenção

Em Fairbanks, com Joe

Parada para descanso...

Chegando ao Canadá - Yukon Territory
Autorizada Harley Davidson em Whitehorse

Electra com reboque, verdadeira febre dos viajeros

Whitehorse - registrando a viagem

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