domingo, 25 de setembro de 2011

Fairbanks e Coldfoot

Quarta-feira 28/Jul, e 29/Jul (61º e 62º dia de viagem)
Com as motos totalmente revisadas, deixamos Anchorage em direção a Fairbanks pela AK 3. Exceto em alguns trechos com obras, o pavimento da rodovia em bom estado permitiu uma viagem muito tranqüila, apesar da chuva que nos acompanhou por muitos quilômetros.
Inclusive chovia muito quando passamos pela região do monte Mckinley, o que nos impediu de admirarmos a beleza desse colosso com mais de vinte mil pés de altitude, ponto culminante da América do Norte.
Em Denali, nos deparamos com um verdadeiro Oasis. A pequena cidade tem uma grande concentração de lojas e hotéis. É ponto de partida para as excursões que visitam o Parque Denali, e para os alpinistas que buscam escalar o McKinley. As lojas parecem formar uma cidadezinha do velho oeste americano. Todas dispostas lado a lado às margens da rodovia, são unidas por passeio com piso e teto construídos em madeira. Tem até uma loja HD! E o seu simpático proprietário nos recebeu com o melhor dos sorrisos.
Em Fairbanks fomos direto à loja HD, ponto de encontro dos motociclistas que vêm a essa região. Loja bonita, espaçosa, gente simpática, grande oferta de produtos. E atendem e vendem produtos de várias marcas de motocicletas. E o mais importante: conversamos com motociclistas que acabaram de chegar de Prudhoe Bay, onde foram com Harleys. Deles recebemos os melhores elogios pela nossa viagem até aqui, e principalmente, muito nos incentivaram a irmos até o nosso objetivo final.
Agora estamos todos aqui reunidos, na cozinha do acolhedor Blue Roof Bed & Breakfast (conceito cama e café da manhã), onde nos hospedamos, após termos sido recebidos pelo seu proprietário.
O dia de hoje começou bem para nós, no Blue Roof Bed & Breakfast. Bem cedo, Joe (o proprietário) nos aguardava com o breakfast feito por ele mesmo, e, segundo ele, especialmente preparado para motociclistas. Então, ao ataque! Numa pequena frigideira, Joe preparava deliciosas panquecas, acompanhadas de generosas fatias de bacon e hamburguers. Na mesa da cozinha, os hóspedes iam se aproximando, good morning, sentando, conversando, comendo, e logo era uma miscelânea de línguas, mas todos se entendendo, mais por mímica do que por vocabulário.
Doravante, sempre que possível, vamos procurar mais esse tipo de hospedagem, pois o custo benefício é grande. De quebra, deixamos reservado três quartos para a volta, e mais, com ele deixamos os nossos pertences que não precisaríamos para a ida até Prudhoe Bay, aliviando assim, o peso em nossas motos. Houve quem levasse apenas a roupa do corpo e a nécessaire. E o notebook, naturalmente.
O trecho planejado para hoje, até Coldfoot, em torno de 400 Km, segundo informações, era todo em asfalto. Entretanto, a partir de Livengood, em muitos longos trechos, o asfalto sumia, dando lugar a estrada de terra batida. Esses trechos sem asfalto estavam muito bem conservados, permitindo velocidades de até 100 km/h.
O Abastecimento neste trecho é feito no Yukon River Camp, 221 km depois de Fairbanks. O local é bastante simples, mas dispõe de hotel e restaurante, onde degustamos uma excelente sopa de salmão.
Durante anos a professora Terezinha ensinou aos seus alunos nas aulas de Geografia, a localização exata das linhas imaginárias que dividem a Terra: o Equador, os trópicos de Câncer e de Capricórnio, e os Círculos Polares. Agora, à medida que avançávamos em direção ao norte, da garupa ela acompanha pelo GPS a aproximação do Circulo Polar Ártico. As letras miúdas informam que estamos na latitude 66º 20´. Agora falta pouco. Ele está logo aí na frente, na latitude 66º 33´, avisa ela, já bastante emocionada. E pronto, ali está. Uma bela placa de madeira à beira da rodovia informa que exatamente naquele ponto passa o Círculo Polar Ártico. Quem diria professora Terezinha, que um dia você iria cruzar essa marca, em moto! Quanta honra, quanto orgulho, quanta emoção. Parabéns, você é uma vencedora.
Na metade da tarde, chegamos Coldfoot. Quase íamos passando sem perceber. A cidade é muito pequena. Na verdade, é um acampamento, com abastecimento de combustíveis, um hotel, e um restaurante. Algumas milhas à frente, em Wisemann, existem dois hotéis, que descobrimos mais tarde, já estarem lotados. É para lá que íamos, deixando para trás, o abastecimento, importantíssimo, porque é o único até Prudhoe Bay. Inclusive, para garantir, levaremos alguns galões extras, já que o próximo abastecimento estará no limite de autonomia das motos. E aqui aproveitamos para pernoitar no Slatter Creek Inn, típico hotel de acampamento, sem luxo, mas com o conforto necessário, a um preço “salgado”: USD$200,00 por apartamento. E no restaurante, um jantar especial, do tipo “all you can eat”, por USD$19,90. No cardápio, além de saladas, arroz, batatas, salmão e pernil suíno, e para sobremesa, deliciosa torta de amoras e peras. Talvez um dos melhores jantares da viagem.
Denali, AK

Enquanto isso, em algum lugar do Alaska...



Trecho da Dalton Highway


Chegando em Coldfoot

Um possante Peterbilt em Coldfoot


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