quinta-feira, 22 de setembro de 2011

León a Las Vegas

Domingo, 27/Jun (30º dia de viagem)
Com a ajuda de Manuel, fizemos cuidadoso planejamento para, em três dias, chegarmos a Nogales, fronteira com Estados Unidos, e dali, mais um dia, já estaríamos em Las Vegas, para, no dia 2 de julho, no aeroporto, encontrar nossas queridas.
Nesse trajeto, a estrada cruza pela Sierra Madre, cadeia de montanhas mexicanas que é prolongamento das Rochosas, e forma espetaculares cânions, que iríamos visitar.
Manuel nos acompanhará até Nogales, facilitando bastante nosso trânsito pelas rodovias mexicanas, e sobretudo, nos levando a conhecer os pontos importantes da região, além de, claro, desfrutarmos sua preciosa companhia.
Sandra nos preparou um desayno especial: coyotas (tortilhas típicas de Sonora, sua terra natal, feitas à base de harina de trigo e maiz, rellenas com manzanas e dulce de leche, e com um gostinho de quero mais).
Rodamos por cerca de cem quilômetros até Aguascalientes, onde nos encontramos com mais três motociclistas (um deles com a esposa) que nos acompanhariam até Zacatecas. Cumprimentos, fotos, e, já prontos para rodar, outro imprevisto: uma de nossas motos estava chorando lágrimas de óleo. Logo hoje, domingo, dia de jogo da seleção mexicana na Copa do Mundo, onde encontraríamos um mecânico?
Rápida reunião entre o grupo – agora éramos sete, e já veio a decisão: vamos achar um lugar para desayunar e depois vemos o que fazer. Caramba, comer outra vez? Assim, descobrimos que os mexicanos fazem uma refeição reforçada pela manhã, e depois comem o restante do dia, mas só até o jantar. Depois disso, nada mais.
E deu certo. Logo um dos nossos novos amigos providenciou uma camioneta, colocamos a moto na carroceria e a levamos de volta para León, para amanhã, levá-la à oficina.
Agora, a nossa expectativa é que a moto seja consertada amanhã, ainda pela manhã, para retomarmos nossa viagem. Naturalmente teremos que rever o roteiro, para, no mais tardar, chegarmos a Las Vegas um dia antes das queridas.
Segunda-feira, 28/Jun (31º dia de viagem)
Estamos fazendo turismo forçado em León, por conta da oficina autorizada HD local. Não que ela esteja pagando para nosotros ficarmos por aqui. É que não conseguem um rolamento que necessitam para consertar a moto, apesar de estar a apenas 1.000 km dos Estados Unidos. Inacreditável.
Hoje bem cedo, 10 horas da manhã, trouxemos a moto para conserto. Ficaria pronta em duas horas. Passadas 3 horas, nos informam que necessitam de um rolamento, que não têm em estoque. Que ligariam para outras cidades à procura. Final de tarde, e nada.
Mas apesar dos problemas, hoje tivemos um excelente momento. Participamos de um almoço em família. O casal Manuel e Sandra, que mui gentilmente nos hospedam, receberam para o almoço, uma de suas filhas, o genro e dois netos. Os meninos chegaram cedo e nos acordaram. Como é bom conversar com crianças.
No intervalo do jogo da seleção brasileira contra a do Chile (vencemos de 3 X 0), o almoço foi servido. Cardápio mexicano especialmente preparado para brasileiros, que temem a comida apimentada e seus efeitos: frijoles, arroz, carne, tortilhas, tudo preparado com muito carinho. Nada picante. Estava delicioso.
Terça-feira, 29/Jun (32º dia de viagem)
O tempo está contra nós. Não consertaram a moto, e pior, não nos deram uma posição definida. Temos três dias apenas para chegar a Las Vegas (2.600 quilômetros de estrada, passagem de fronteira, etc.), para, no dia 2 de julho, pela manhã, estarmos no Aeroporto McCarran Intl (LAS), Terminal 1, esperando nossas queridas. Estarmos lá no aeroporto antes delas chegarem, é ponto de honra.
Então decidimos voar os três até Las Vegas deixando as motos aqui, desfrutaremos a companhia das queridas, e dia 9 retornaremos para retomar a viagem, quando então, a moto já deverá estar “arreglada”. Assim esperamos.
Quarta-feira, 30/Jun (33º dia de viagem)
Definitivamente, o México é um país onde se come muito.  E até de graça! Isso mesmo, ontem Manuel nos levou para conhecer uma das famosas cantinas locais, onde a comida é gratuita. O freguês só paga a bebida, que é vendida a preço de mercado. E tem mais: até as dez da noite, tem happy-hour, a cada cerveja pedida, vem outra de graça. Geladinha. Bebemos várias Coronas. E para comer, picadas, tostadas, tortillas, quesadillas, tacos. Tudo com o mais autêntico sabor mexicano, e muita, mas muita pimenta, acompanhados da tradicional musica mexicana, cantada ao vivo por dupla de Mariachis: Cielito Lindo, Adelita...
E para completar nossa estadia em León, fomos conhecer um amigo de Manuel que, além de ser excelente mecânico de veículos, faz artesanalmente, as mais deliciosas tortillas da região. Numa prensa artesanal, toda em madeira, ele espreme uma pelota de massa feita à base de maiz, e como num passe de mágica, a transforma em um disco, fino e circunferência perfeita. Depois é só assá-lo em uma frigideira e pronto. Pode ser comida pura, recheada com queijo, carne, frango, aguacate, salada, etc. E pimenta, é claro.
Hora de irmos para o aeroporto.
O vôo até Las Vegas foi com conexão em Houston, no Texas, ou seja, fomos primeiro para o Leste, quando o nosso destino estava no Oeste, aumentando bastante o tempo de viagem. E mais, fomos surpreendidos pela diferença de fuso horário. A segunda parte da viagem, que pensávamos ser de uma hora e quinze minutos, acabou acrescida de duas horas.
Finalmente, pousamos em Las Vegas. No começo, uma mancha de luz no horizonte, mas, à medida que nos aproximávamos, a quantidade de luzes, neons, letreiros, revelava essa verdadeira pérola que floresce em pleno deserto.
Hospedamo-nos no Hotel Luxor.


Aeroporto em León

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