segunda-feira, 19 de março de 2018

VIP ADVENTURE 2018

Depois de longa ausência, retorno a este espaço para relatar esta que foi uma das mais marcante e inusitada experiência.
CANADIAN WINTER WILDERNESS ON A SKI-DOO
Convidados por nosso amigo Gerard, da Villa Náutica, de Brasília, voamos até Montreal, no Canadá, para uma aventura inédita: explorar as mais belas e exóticas paisagens da terra, pilotando um Snowmobile.
Convite irrecusável.
A princípio imaginei que iríamos fazer uma viagem, literalmente falando, de Montreal até Quebec. Mas não. Foi algo melhor, que aconteceu. Explico.
O snowmobile não foi feito para andar em estradas asfaltadas. Ele foi criado para servir à população do interior, e é o único meio de locomoção no inverno, quando todos os caminhos ficam cobertos de neve, e os lagos congelados.

Primeiro dia

Em ônibus especial fomos levados para Orford, cerca de três horas a leste de Montreal, quando fomos oficialmente apresentados ao Ski-Doo, o snowmobile fabricado com a tecnologia BRP (leia-se Bombardier), e receber todo o equipamento necessário para enfrentar as baixas temperaturas que nos esperavam.
O equipamento que nos foi emprestado, constava de capacete especial com respirador para não embaciar a viseira, luvas e botas impermeáveis, jaqueta e calça térmicos. Tudo novinho, com etiqueta de loja.
E fomos presenteados com prática mochila, que veio cheinha de presentes: jaqueta segunda pele, duas balaclavas, dois pares de meias térmicas.
A nossa aventura começaria ali mesmo, mas a neve não ajudou. Não havia em quantidade suficiente para os Ski-Doo.
A rodovia, de Montreal a Orford

Altas mordomias, à bordo do ônibus

Primeiro contato

Piscina ao ar livre, no hotel Manoir des Sables, em Orford

Segundo dia

Nosso ônibus nos conduziu até Saint Raymond, mais ao norte, mais três horas de viagem. Lá sim, havia neve em abundância.
Depois de um saboroso almoço, onde quase todos comeram "Poutine", tivemos a oportunidade de manter o primeiro contato, com a máquina, e com a neve.
Depois de muitos conselhos, ensinamentos, dicas, advertências, lá fomos nós. Deslizamos a tarde toda, por estradas secundárias e trilhas pelos bosques de pinus. Foram quase setenta quilômetros, em velocidade que variava de dez a setenta por hora.
A primeira impressão foi fantástica.





Ribs Poutine

Terceiro dia

Fomos mais ousados, fomos mais longe, por trilhas mais difíceis, conhecemos lagos congelados, fomos mais rápidos. Contabilizamos mais de cento e cinquenta quilômetros, sempre ao redor do nosso hotel em Saint Raymond.

Todo o grupo, em uma parada para lanche.

Terezinha com as amigas Eliana e Aline.

O Restaurante do Hotel Roquemont, em Saint Raymond

Parada para foto

Cabana para abrigar viajantes

Com o Júnior, um dos nossos guias.




Quarto dia

Muita euforia. Iríamos para o paraíso dos snowmobile: Lac Edouard. E não nos decepcionamos. A viagem foi maravilhosa: cruzamos por pontes, estradas asfaltadas, lagos congelados, trilhas nas montanhas, estradas secundárias, e finalmente, ao entardecer, chegamos ao nosso destino. Lac Edouard é um pequeno vilarejo, às margens do lago que lhe deu o nome, paraíso dos que elegeram o snowmobile o seu esporte predileto.


Terezinha com as amigas Eliana e Aline, posando sobre um lago congelado.


Com o guia Jocelyn, the Boss

Encontro na trilha

Um cafezinho, gentilmente servido pelo guia Jeff


As meninas do gelo: pela esquerda, Fernanda (vermelho), Eliana, Terezinha, Aline e Vanessa.


Quinto dia

Dia todo explorando as redondezas de Lac Edouard. As fotos falam mais alto.



Outra cabana para viajantes.

Sexto dia

Retornamos a Saint Raymond, por caminhos diferentes da ida. Mais cento e cinquenta quilômetros de puro êxtase. Realmente, as paisagens do Canadá são de deixar qualquer um boquiaberto.






Sétimo dia

Logo pela manhã, nossas esposas foram levadas para Quebec, em uma elegante limousine. E nós, fomos para um passeio de despedida. Os nossos guias reservaram para este dia, trilhas mais estreitas, íngremes, de intensa emoção. Me faltam palavras para descrever as diversas sensações experimentadas.
À tarde fomos de carro para Quebec, onde nos juntamos às nossas esposas, para o compromisso final: jantar no Château Frontenac. Chic demais!
Meus agradecimentos aos companheiros e companheiras desta belíssima jornada, e também pelas fotos gentilmente cedidas.



Saída de pista, digo, de trilha




O grupo todo, após jantar no Château Frontenac.


sábado, 16 de janeiro de 2016

LAS MISIONES JESUÍTICO GUARANÍES


Depois de muitos meses sem viajar de moto, resolvemos por os pés, digo, a moto na estrada. Viagem curta, sair um pouco do tumulto que está a nossa Balneário Camboriú agora em plena temporada de veraneio, com turistas do mundo todo a se deliciarem com nossas praias. Escolhemos conhecer as ruínas das missões jesuítas na Argentina, mais precisamente na cidade de San Ignácio, Província de Misiones, depois de obter algumas preciosas informações com o nosso grande amigo Paulo Gaida, de Curitiba, profundo conhecedor da região.
Eu e nossa Harley, prontos para mais uma jornada.
E para esta empreitada, iremos de Harley. Nossa velha Harley, como carinhosamente a chamamos, por já estarmos com ela desde abril/2010, com ela já termos rodado mais de cem mil quilômetros, com ela percorrido estradas nas Três Américas, até atingirmos o Oceano Ártico em Prudhoe Bay, no Alasca, mas principalmente, porque é gostoso viajar de Harley.
Difícil explicar. Fácil de entender (para quem viaja de Harley).
Ponte Anita Garibaldi, na BR 101, em Laguna, SC.
Primeiro dia de viagem – 5 de janeiro, terça-feira - concluído com sucesso. Choveu um pouco, mas não tirou o prazer de pilotar a moto. Fomos até Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Nesta cidade reside amigo dos bons tempos de caserna. Servimos juntos no QG do Exército em Brasília, onde iniciamos sólida amizade. E amanhã, 6 de janeiro, ele está de aniversário. Quero fazer surpresa. Chegar de supetão e aplicar-lhe uns bons “quebra-costelas”. Mas isto é para amanhã.
Para não estragar a surpresa, fomos para um hotel, o Residencial Ocean, adrede reservado em um site apropriado.
Estávamos curiosos para conhecer este hotel, especialmente depois que recebi a mensagem:
“Olá, agradeço por ter nos escolhido para sua estadia em Santa Maria/RS. Gostaria de informar que a chave de seu apartamento nº **** estará na respectiva caixinha de correspondências a partir das 14 horas. O Box de garagem é o nº **. Precisando pode nos chamar também pelo whatsapp 55 55 9671 ****. Atenciosamente, Bruno Ocean Apartments Santa Maria.”
Muitas perguntas me vieram à mente: como assim, chave na caixinha de correspondências? Precisando pode nos chamar pelo whatsapp? E a portaria? E o porteiro do hotel? E quem vai carregar minha bagagem?
No endereço indicado encontramos um prédio de apartamentos, com aparência de recém construído. Nada de placa de hotel, nada de portaria de hotel. Um prédio residencial como outro qualquer. E na entrada do prédio, um conjunto de escaninhos (caixas de correspondências), na certa uma para cada apartamento. Eram muitas, todas trancadas a chave. Todas, menos uma: aquela cujo número nos foi repassado. E em seu interior, encoberto por algumas correspondências, um chaveiro, inclusive com um controle remoto do portão da garagem. Testamos e o portão se abriu. Não foi difícil encontrar o nosso apartamento, depois de estacionar a moto no respectivo Box. Ficamos surpresos: um pequeno apartamento de duas peças – cozinha e quarto – mais banheiro e área de serviço, completamente mobiliado. E tudo novo. Na porta da geladeira, mais instruções. Tudo o que precisávamos estava ali, bem à nossa mão. Sem dúvida, uma nova experiência em termos de hotel.

Dia seguinte, 6 de janeiro, dia de cumprimentar meu amigo. E lá fomos nós. Mas... surpresa! Ninguém em casa. Conseguimos contatar com o filho dele. Fora passear numa cidade vizinha, deverá voltar lá pelas dez da noite. Oh!
Então o nosso reencontro ficará para amanhã. Bem cedo, antes de seguirmos viagem, passaremos por aqui. Sem falta. Favor avisar a ele.
Reencontrar velhos amigos, amigos de caserna, é sempre um prazer à parte. Costumo dizer sempre, que as amizades forjadas nas duras lides dos quartéis, são eternas. Lá aprendemos a exata noção do que é o companheirismo, a lealdade, o civismo, o amor à Pátria, o dever acima de tudo. E a empolgação foi tanta, que depois de algumas horas de animado bate-papo nos despedimos, sem que me lembrasse de fazer uma foto sequer. Que lástima!
Segunda etapa da viagem (Santa Maria a San Ignacio) concluída com sucesso. Andamos um pouquinho mais, por conta de trecho da estrada interrompida entre São Luiz Gonzaga e Porto Xavier, por onde entraríamos na Argentina. Foram somente 155 Km a mais, por São Borja, que a velha Harley venceu fácil. A viagem está muito gostosa. Desestressante. Tranquila.
Em San Ignácio nos hospedamos no Hotel Portal Del Sol.
A propósito de publicação minha no Facebook, dando conta que estávamos na região, outro amigo de caserna adicionou o seguinte comentário:
Gilson Chrestani: Legal "Bechão" essa região tem uma história muito rica!! Foi fundada com o fim da guerra do Paraguai, aliás, existe um ditado que diz que em guerra a história é contada pelos vencedores! A propósito disso envio-te um link que vi publicado no face de um grande amigo paraguaio (grande mestre de xadrez) que mora no Brasi pra VC ler com calma, talvez depois que retornar sobre o tema, vale a pena conhecer! HTTP://www.amambaynoticias.com.py/m/leer.php?id=2619#.VahQpCHE6ii.facebook
Li e achei bastante interessante. Algo semelhante ao que acontece em nosso país, nos dias atuais.


LAS MISIONES JESUÍTICO GUARANIES - Missão San Ignacio: fundada em 1696 e saqueada e destruída em 1815 - 1818.
Entre os anos 1609 e 1818, nos territórios do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, aconteceu um dos mais impactantes episódios da humanidade: As Missões GUARANIES, uma experiência social, cultural e religiosa única no seu tipo, iniciada pela Companhia de Jesus. Uma organização que foi a admiração e assombro para os que sonhavam com utopias, enquanto despertava suspeitas nos que desejam o poder político.
Enfraquecidas pela expulsão dos Jesuítas em 1767, destruídas pelas invasões portuguesas e paraguaias, ficou o extraordinário exemplo de uma experiência civilizadora inédita no mundo inteiro. A riqueza arqueológica, o caminho dos povos, seus centros de cultura e universidades, a toponímia ainda vigente na paisagem que integrados ao espaço atual do MERCOSUL formam o Circuito Internacional das Missões Jesuíticas.
Postagem minha no Facebook sobre este assunto, recebeu o comentário:
Arnaldo Schmitt Jr.: Dignas de serem estudadas e visitadas, inclusive com o espetáculo de vídeo, fogos e luzes nas ruínas de S. Miguel. Parabéns a vocês, pelos belos passeios que têm feito. Sabem curtir essa fase maravilhosa da vida.
Muito grato amigo Arnaldo pelas bondosas palavras.
Aqui em San Ignácio também existia uma espetáculo noturno, com efeitos sonoros e jogo de luzes e imagens. Mas as recentes chuvas na região danificaram o equipamento, restando prejudicado o espetáculo. Que pena! Por se tratar de equipamento importado, não há previsão de conserto.
Aspecto das ruínas. Casas construídas em pedra, varangas com extensos passeios, ruas largas, urbanização perfeita das quadras.

No centro da Missão, a Plaza de Armas. Ao fundo, a igreja.

O que sobrou da entrada principal da igreja.

Interior da igreja. De se observar, o que restou do assoalho. Ladrilhos formando interessantes mosaicos.

Minha companheira posando ao lado (de fora) da igreja.

Mais um aspecto do arruamento da missão.


Vista geral da Plaza de Armas e entrada principal da igreja.

Atento, este fotógrafo procurando os melhores ângulos para bem registrar a visita.

É nós na foto. Ao fundo, a fachada principal da igreja.

Detalhe da fachada principal da igreja.

Detalhe de porta lateral da igreja.

Boquiaberto assistindo atentamente as ricas explicações do guia.

É nós mais uma vez!

Reconstituição fotográfica da fachada principal da igreja.

Igreja no centro da cidade.

Outro aspecto dos longos passeios, calçadas para pedestres, na época cobertas para propiciar sombra aos transeuntes, já que o sol por aqui era, e é, inclemente.
Terceira etapa da viagem: San Ignacio, Província de Missiones, Argentina, a Foz do Iguaçú, Paraná. Somente 250 Km pela Ruta 12, que a Velha Harley venceu sem dificuldades. Aliás, é bom que se diga, as rodovias argentinas são excelentes: bem conservadas, curvas suaves, terceira pista nos aclives, e nada de radares e das odiosas lombadas. Gasolina cara: em torno de 16 pesos o litro, representando mais de 4 reais. Prova disso, em Puerto Iguazu, onde tradicionalmente haviam enormes filas de carros brasileiros nos postos de gasolina, agora nenhum.
A formidável Ruta 12, na Argentina

Em Jardim America, fila para abastecer.

Ainda na Ruta 12

Chegando...

Fila na aduana Argentina

Avenida de acesso à Barragem de Itaipu.



Painel do Poty - Painel em azulejos que retrata cenas marcantes da época da construção de Itaipu, composto pelo artista paranaense Poty Lazzarotto..

Um chopp prá distrair...
Quarta e última etapa da viagem: Foz do Iguaçu, Paraná a Balneário Camboriú, Santa Catarina, com direito a uma parada em Ponta Grossa, para rever meus familiares que lá residem.
De volta à triste realidade das rodovias brasileiras. Sucateadas, mesmo as pedagiadas, como é o caso das BR 277, que liga Foz a Paranaguá, como as BR 376 e 101, que ligam Curitiba a Balneário Camboriú. No primeiro caso, é mais gritante o descaso, no trecho que Foz a Ponta Grossa, rodovia de pista simples, com transito intenso de pesados e lentos caminhões, ocasionando longas filas de veículos menores, pela quase inexistência de terceira pista para permitir a ultrapassagem. E o valor do pedágio é verdadeiro assalto. Coisas do Brasil.

O objetivo de nossa viagem, foi visitar as Ruínas Jesuíticas de San Ignácio, na cidade de mesmo nome, Província de Misiones, Argentina. Um espetáculo que vale a visita. Este sítio faz parte de um conjunto de mais de trinta missões jesuíticas fundadas pela Companhia de Jesus, em território hoje pertencente ao Brasil (Rio Grande do Sul), Argentina (Misiones) e Paraguay (Misiones), para pacificar e civilizar os índios guaranis, habitantes do local. As fotos em anexo, falam por si.
Em passando por Ponta Grossa, matamos as saudades dos parentes, principalmente minhas irmãs Roseli e Sueli. Muito obrigado manas, pela excelente recepção. Também, agradeço de coração, a paciência que tiveram conosco Sueli e Arismar, ao nos acompanharem até o pronto socorro da cidade. Terezinha não passou bem. Medicada, pudemos seguir viagem, e na tarde do dia 13, quarta-feira, chegamos em casa, depois de rodarmos 2.700 quilômetros aproximadamente.
Importante frisar, o comportamento da nossa velha Harley. Já com mais de 117 mil quilômetros rodados, portou-se à altura da lenda que é a marca. Só alegria.