sábado, 23 de fevereiro de 2013

Macapá


Quinta-feira, 21 de fevereiro.
A BR 156 liga a cidade de Oiapoque, no Norte do Amapá, a Macapá, no sul. Nos mapas rodoviários, consta asfaltada em todos os 580 quilômetros.
A BR 165, já no trecho asfaltado
Logo no início, nos primeiros 47 quilômetros, a estrada é muito boa. Pavimento impecável, nada de movimento. A rodovia corta a floresta, desenhando curvas graciosas que aumentam o prazer de pilotar. Não fosse a chuva forte que caia incessantemente, seria perfeito.
Saindo de Oiapoque...
Mas de repente, sem avisos, sem placas, o asfalto acaba e somos jogados naquilo que seria um dos piores trechos que já fizemos, durante toda a viagem. Andando em primeira marcha, e às vezes em segunda, avançávamos a dez, às vezes a vinte por hora. Não mais que isso. Buracos, pedras, trechos escorregadios, e atoleiros. Os temidos atoleiros. Tudo isso agravado por muita chuva. Por seis vezes, a situação exigiu que Terezinha descesse da moto para eu seguir só, até passar a região mais crítica.
Não contamos quantas pontes, mas seguramente são mais de meia centena. Pontes de madeira, com dois trilhos de três pranchas longitudinais cada, que são verdadeiras armadilhas, pois algumas estão separadas por uma brecha capaz de engolir e trancar o pneu dianteiro. Se isso acontecer, é queda na certa.
Esta agonia se arrasta por intermináveis 108 quilômetros, que demoramos mais de seis horas para percorrer, quando finalmente se atinge novamente o asfalto. O bom e velho asfalto. Agora é uma estrada nova, bonita, aqui e ali alguns operários fazendo trabalhos de acabamento ao longo da rodovia, e por ela iremos até Macapá, sem sobressaltos.
Até a chuva é bem vinda, agora, em cima do asfalto. Penso que até me ajudará a tirar um pouco da lama que grudou na moto, nas botas, na roupa. Mas que nada. Só esfregando com água e sabão.
A BR 165, no Amapá

Agora falta pouco, muito pouco!

Extensas plantações de eucaliptos

É nós e nossa sombra!
Pelo caminho, vi dois lugares para abastecimento: em Calçoene e Tartarugalzinho.
Chegamos em Macapá à tardinha e nos hospedamos no Hotel Rio Mar (www.riomar-ap.com). Novo e muito bom. Devido às fortes chuvas que insistiam em nos acompanhar, não temos fotos do trecho da estrada de terra, e poucas do trecho de asfalto. A chuva parou e o sol apareceu quando já estávamos chegando a Macapá. Uma de nossas máquinas fotográficas não está mais funcionando, devido a umidade. Estamos preservando a outra.
Trem de minério, da Serra do Navio para o Porto de Santana

Em Macapá, alguém revoltado contra o governo

Fortaleza de São José de Macapá

Fortaleza vista por outro ângulo
Sexta-feira, 22 de fevereiro.
Dia dedicado à faxina: lavação de roupas, lavação da moto.
À tarde, fomos até Santana, um município vizinho, onde está o porto no Rio Amazonas, e compramos passagem de barco para Belém, para o domingo, dia 24, na Agência de Passagem Nossa Senhora de Nazaré. Iremos no NM (navio motor) Coronel José Júlio. Um camarote mais a moto custaram R$700,00. Sairemos às 10 horas de manhã, com chegada em Belém prevista para a manhã do dia seguinte.
Em Santana, tratar o barco para Belém
À noite, um dos melhores momentos da viagem: fomos jantar na casa de um casal amigo, Heitor e Andréa, que conhecemos através do nosso amigo João da Palhoça. Buscaram-nos de carro no hotel e nos levaram para a sua casa, num bairro da cidade, onde Heitor mostrou toda a sua habilidade de churrasqueiro, e Andréa os seus dotes na cozinha mineira. O jantar estava maravilhoso. A cervejinha também.
Com os amigos Andréa e Heitor
Sábado, 23 de fevereiro
Hoje pela manhã importante compromisso para marcar nossa passagem pela capital do Amapá: fotografar em frente à sede do governo do estado, aqui em Macapá, o Palácio Setentrião, para cumprimento de mais uma etapa do desafio Bandeirante Fazedor de Chuva.
Gabi, Andrea e Heitor

Em frente ao Palácio dos Setentriões, sede do governo do Estado do Amapá

Foto compartilhada com os amigos

Tribunal de Justiça, local de trabalho dos amigos Heitor e Andréa
Heitor e Andrea vieram de carro, acompanhados da filha Gabi, para participar da seção fotográfica. Depois de cumprido o compromisso, saímos com eles, de carona no carro deles, com magnífico ar condicionado, a conhecer os principais pontos turísticos e atrações da cidade.

Às portas do Palácio do Setentrião


Muitas mangueiras "carregadas" de frutos, espalhadas pela cidade.

Trapiche Eliezer Levy
O primeiro deles foi a Fortaleza de São José de Macapá. Em sua construção a presença da mão-de-obra cabocla e indígena, sob as ordens do colonizador europeu. Na proposta inicial, a defesa de nossa costa, hoje é um símbolo de resistência. No seu interior, a imagem do padroeiro São José, e na capela, a benção ao monumento que passou a ser o principal cartão postal da cidade. Cidade forte, testemunhando as transformações desta Macapá morena.
Barcos aguardando a maré subir para poderem navegar

Residência do governador do Estado


Portal de entrada da Fortaleza de São José de Macapá
Depois fomos ao Complexo Beira-Rio, composto de trapiche que avança rio Amazonas adentro, de diversos bares e quiosques, e muito espaço para caminhadas e descontração.

Maquete da fortaleza

Pátio no interior da Fortaleza

Capela da Fortaleza

Uma das rampas de acesso às muralhas da Fortaleza

O Rio Amazonas visto da Fortaleza

Uma das guaritas da Fortaleza

Mais de uma centena de poderosos canhões guarneciam a Fortaleza

Vista geral da Fortaleza
Outro monumento importantíssimo é o Marco Zero do Equador, praticamente no centro da cidade.
Aí está o Marco Zero. Belo monumento

Casas nas pontes. Palafitas, no centro da cidade.
Onde moram os macapaenses? No meio do mundo, na esquina do Rio Amazonas. E o meio do mundo é o Marco Zero do Equador... O marco inicial... Dessa grande capital. É aqui que contemplam os equinócios que são atrativos até mesmo para a comunidade internacional. Quem visita o Marco Zero pode estar no Norte e no Sul em segundos... Isso é da vontade de cada um.
Belo museu

Ribeirinhos

Fundos da casa de ribeirinhos

Navegando num regatão

Desembarcando do regatão

Com o mentor do museu Sacaca

Vai um sorvete aí? De castanha do Pará e de cupuaçú.
Por fim, o Museu Sacaca. O ribeirinho vai à caça na madrugada; nos finais de semana pesca no igarapé; o resto da família procura desenvolver as suas roças, perfazendo o cenário caboclo e seu cotidiano da floresta. Às vezes quebrado por regatões que singram igarapés e rios, levando e trazendo seus produtos como parte do escoamento da produção. Parte desse cenário é retratada no Museu Sacaca, que leva o nome do grande curandeiro da região.
Degustando uma picanha com os amigos. Boa demais!
À noite, com eles fomos conhecer a orla do rio, repleta de quiosques oferecendo comidas e bebidas típicas, e com intensa vida noturna. Poderia afirmar que grande parte da população da cidade vai até ali para desfrutar o fim de tarde/início da noite. Um lugar muito agradável.
Nosso agradecimento aos amigos Heitor, Andréa e Gabi, pelo maravilhoso dia que nos proporcionaram. Vocês foram anjos da guarda para nós. Muito obrigado!

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