terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Confusões à Francesa


Segunda-feira, 18 de fevereiro.
Olha eu aí, chegando na Guiana Francesa
Choveu muito neste final de semana. Ruas alagadas, dificuldade de locomoção. Ficamos no hotel. Fazendo nada. Ou melhor, imaginando como agilizar o visto para a Guiana Francesa. A lista de exigências não é muito extensa:
  • ·         Formulário preenchido à mão, usando letras de forma;
  • ·         Duas fotos tipo passaporte, com fundo branco;
  • ·         Cópia de todas as páginas do passaporte contendo dados e carimbos, e o original;
  • ·         Seguro de viagem cobrindo todo o período da estadia;
  • ·         Cópia dos documentos relativos à moto;
  • ·   Taxa de SRD$263,20 (equivalente a 60 euros – não se aceita em euros, dólares americanos, ou cartão de crédito).

O hotel  North Resort, onde estávamos em Paramaribo

A frente do hotel, alagado pelas chuvas

Quem é de circo não se aperta!
No hotel fizeram cópia dos passaportes de cortesia; num shoping próximo, fizemos as fotos; e não foi difícil achar uma seguradora que fizesse o seguro de viagem para nós, eu e Terezinha. Nada de seguro para a moto, pois como já relatamos anteriormente, eles não fazem esse tipo de seguro por aqui.
Hoje pela manhã acordamos mais cedo que de costume, e fomos para a embaixada da França, bem no centro da cidade.
Nada de fila. Chegamos e já fomos atendidos. Coleta de impressões digitais, foto digital, e mandaram esperar um pouco. Dez minutos depois, já estávamos na rua, com os vistos nos respectivos passaportes. Rápido!
Trecho da estrada de Paramaribo para Albina, na fronteira

Outro trecho da mesma estrada
De Paramaribo até a fronteira, a cidade de Albina, são aproximadamente 140 quilômetros. A estrada está em obras, e asfalto bom em sua maior parte. A complicar, um desvio de uns dez quilômetros, em estrada de terra, com muita lama. De terra não, de pó de bauxita. Forma uma lama vermelha, que gruda em tudo onde pega. Difícil de tirar depois.
Quadro de horários da balsa para travessia para a G. Francesa

Esperando a Balsa

Transporte alternativo para a travessia

Preparando para embarcar

Embarcando!
Ao deixar o Suriname, não posso me furtar de fazer alguns comentários, depois de atentas observações por parte destes viajantes, tudo cientificamente comprovado:
No Suriname tem mais chineses do que na China;
Neste mesmo Suriname, tem mais indianos do que na Índia, e mais negros do que na África.
Ouvi dizer que lá também existem holandeses. Não vi nenhum, pero que hay, hay.
E completando, em Paramarido existem mais cassinos do que em Las Vegas.
Em Albina tomamos o Ferry (veja na foto os horários) que faz a travessia do rio Maroni, que serve de fronteira entre o Suriname e a Guiana Francesa. Quinze euros pela moto e piloto, e mais quatro euros pela garupa. Em menos de meia hora, já estávamos desembarcando em Saint Laurent Du Maroni. Se não tivéssemos o Visto, com certeza não nos deixariam sequer embarcar.
Na aduana da Guiana Francesa o trabalho flui rápido. Vistos conferidos, passaportes carimbados, documentos da moto examinados, bagagem revisada e pronto! Já estamos liberados.
Durante a travessia...

A Grande Guerreira acomodada entre os carros. Note-se a sujeira causada pela lama de bauxita.

Desembarcando
Estava ligando a moto, quando a policial que já havia nos liberado, me chamou e pediu para ver o seguro da moto. Seguro da moto? Sim, seguro da moto para rodar pela Guiana Francesa. Gelei! Mostrei a ela DPVAT e o seguro total que tenho da Porto Seguro, tudo do Brasil. Não enganei. Precisa fazer o seguro. Um gentil funcionário da aduana se ofereceu para me levar até um escritório de seguros, no centro da cidade. Fomos de carro oficial. Fomos em três escritórios, de diferentes companhias, e em nenhum deles fazem tal seguro.
Mais uma foto do hotel em Paramaribo

Bandeiras na balsa: França, União Européia, Guiana Francesa, e Balsa

Transporte alternativo para travessia

Chegando na G. Francesa. Trânsito pela direita
Voltamos de mãos vazias. Pensei comigo: se não tem como fazer o tal seguro, eles me liberam e numa cidade maior, Caiena, eu faço o tal seguro. Mas a tal policial não pensou assim. Ela olhou para o Ferry que partiria em alguns minutos para Albina, olhou para mim, apontou para o Ferry, e fez sinal para voltarmos para o Suriname. E vai logo que é a última travessia de hoje. E pediram os passaportes para carimbarem a nossa saída da Guiana Francesa, onde mal tínhamos chegado. Conversa vai, conversa vem, tudo através de intérpretes, porque a tal policial só falava em francês, eu consegui não embarcarmos. Mas também não seguimos viagem. A moto levei para o quartel da polícia, porque segundo eles, lá na aduana não haveria segurança para ela pernoitar. E nos levaram para um hotel no centro da cidade. Hotel Star. Hotelzinho ruim demais. E caro: 70 euros.
Moral da história: estão a me exigir um seguro para a moto que ninguém faz por aqui. Amanhã vamos ver com alguma seguradora de Caiena. Se não conseguir, vou ligar para a embaixada do Brasil.

4 comentários:

  1. Pura emoção...
    Um pouco de compreensão da policia nao seria nada mal!!!

    Abraços
    Cesar

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    Respostas
    1. Olá Cesar, boa noite!
      Felizmente tudo se resolveu bem, hoje pela manhã. Mas suei frio...
      Abraço para Val.
      Osmar e Terezinha

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Puxa! parece um filme.... que bom que deu tudo certyto. abraços a voce e Terezinha

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