terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Georgetown


Terça-feira, 12 de fevereiro
Dormimos como duas pedras naquele imenso quarto do hotel Watooka, embalados pelo cansaço da longa viagem do dia. Sono merecido em um quarto que no passado, possivelmente, acolheu elegantes lordes ingleses.
Recepcionista do Wattoka

Equipe de funcionários do Watooka

Árvore centenária nos jardins do Watooka
De Linden a Georgetown são apenas cem quilômetros de asfalto. O bom e velho asfalto, que a gente aprende a valorizar quando andamos em estradas de terra. E a propósito, nesta viagem que enfrentamos vários trechos de estradas de terra ruins, cheguei a uma conclusão muito interessante: um quilômetro em estrada de terra é bem maior que um quilômetro em asfalto.
A Grande Guerreira chegou até aqui, nesse estado lastimável

O Watooka visto do portão principal

De volta para o asfalto
O pavimento é bom, e a velocidade máxima permitida é de cem quilômetros por hora. Mas não consigo atingir essa velocidade. A moto vibra demais devido ao excesso de barro que grudou nas rodas, desbalanceando-as. Então, curtimos a estrada a noventa por hora.
Parque ao longo da rodovia

Navegando por azimute

Em Georgetown grande influência hindú

Princess Hotel Cassino Guyana International
Nesse pequeno trecho, fomos parados três vezes por barreiras policiais. Mesma polícia, pois vestiam os mesmos uniformes, e estavam em barreiras separadas por poucos quilômetros. Estranho. E para complicar, logo na primeira, a autoridade me exige placa dianteira na moto. E agora, o que fazer? Não adianta explicar que no meu país, e por certo nos demais países do mundo, exceto na Guiana, não se usa placa dianteira nas motos. Ele parece irredutível. Manda encostar a moto e pede documentos. Estamos fritos! Como vou colocar uma horrível placa para estragar a singela e agressiva beleza da frente da minha GS? Onde vou conseguir essa placa? Como faremos? Como... Nesse momento aparece outro policial, tomou a frente na conversa, conversou qualquer coisa com o meu algoz que não entendi, e virando-se para mim disse:
- Good morning mister! Welcome to Guyana. It´s OK. Go ahed.
Em meio segundo já estávamos partindo. Não tínhamos mais nenhum motivo para ficar por ali, nem para presenciar aquilo que pareceu ser alguém levando uma tremenda “mijada” por fazer exigências absurdas dos turistas.
Influência norte-americana

Periferia, não muito longe do centro

St. George´s Cathedral, a principal igreja Anglicana na Guiana

The High Court, também chamada de Victória Law Court

City Hall
Depois dali passei a observar as motos que encontrava. E para minha surpresa, todas têm placa na frente! Uau! A exigência não era assim tão absurda. Algumas motos usam placas mesmo, outras apenas um adesivo na bolha. Só espero que aqueles inúteis políticos que temos em Brasília não inventem nada parecido com isto. Ai meu Deus!
Estou reaprendendo usar meu GPS. Ocorre que para esta viagem não consegui mapa roteável da Guiana. Apenas um que não traça rotas. Assim fica um pouco mais difícil, mas, utilizando meus conhecimentos da caserna, e os recursos do Zumo 660, programo ele para navegação fora de estrada e sigo pelo azimute indicado pela bússola. Fácil!
No Cara Lodge, somos recepcionados com refrescos

E a Grande Guerreira vai descansar

National Park, no centro da cidade
Facilmente chegamos a Georgetown e não tivemos a menor dificuldade em localizar o hotel, que o nosso amigo Mr. Colin, da Pousada Rock View reservou para nós: o Cara Lodge, bem no centro da cidade (www.carahotels.com).
A Grande Guerreira vai para o banho. Espiamos de longe

Movimento em frente ao Stabroek Market

Aqui também tem feiras livres

Olha a banana!
Agora que chegamos a Georgetown, preciso fazer um agradecimento muito especial a uma pessoa que conheci por meia hora apenas, e que talvez nunca mais o veja e tampouco ele vá ler isto, mas enfim eu preciso reconhecer que se não fosse por ele, essa viagem não teria sido tão emocionante. Ocorre que quando chegamos a Bonfim, fronteira com a Guiana, estávamos dispostos a alugar uma caminhonete para trazer nossa moto até Linden, evitando assim as dificuldades da estrada de terra. Então fomos orientados pelo Júnior, da Pousada Takutu, também conhecido como Mineiro, para não fazer isso. Iríamos perder o melhor da viagem. As mais belas paisagens seriam vistas pela metade, através da janela de um veículo. Vão de moto, vocês que gostam de emoção e aventura. Agora que estamos aqui em Gtown, eu posso afirmar meu amigo Júnior, que jamais me perdoaria se tivesse transportado a moto, trocado esta maravilha que foi rodar livre pela imensa savana, ou de mergulhar no interior da intacta floresta de Iwokrama, pelas facilidades de viajar no interior de um carro, espremido, sufocado. Júnior, muito grato pelo sábio conselho.

4 comentários:

  1. Ufa, que bom que voltaram para a tranqüilidade do asfalto, fiquei preocupado com as fotos daquele lamaçal. Mas sei que vcs são feras. Imagino as botas da mãe como ficaram.
    Bjo meus queridos.

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    1. Olá Fernando! No asfalto é bem melhor. Botas, roupas e moto, tudo já está limpinho. E nós desfrutando as belezas da Guiana. Abração.

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  2. Nossa, essa da estrada de terra e o barro desbalanceando as rodas me deixou pasmo. Só ando em asfalto. Parabens por essa etapa vencida. Abração a voce e Dna. terezinha.

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    1. Olá Natal, a estrada é muito bonita, apesar de ser de terra. Atravessa duas regiões distintas: a primeira é a savana, onde predominam os campos, e depois a floresta, densa, nativa, intacta. Só a estrada mergulhando em seu interior. E o piso é bom, apesar de terra. O problema é quando se chega à região de garimpos e madeireiros. Aí, pesados caminhões acabam com qualquer tipo de estrada, transformando tudo em atoleiros. Mas de GS dá prá passar. Com muita cautela. Às vezes até foi necessário pedir para minha garupa descer, aliviando o peso da moto. E também, para ela poder fotografar tudo, bem de longe.
      Grande abraço,
      Osmar e Terezinha

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