quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Salar de Uyuni


28º ao 31º dia da viagem
A viagem até Oruro foi tranqüila, exceto pela passagem por El Alto. Muitos congestionamentos causados, principalmente, pela infinidade de vans, aqui chamadas de minibus, que param para embarque ou desembarque de passageiros, em qualquer lugar da pista, inclusive no meio, formando filas duplas, triplas e até quádruplas. Mas nada que um pouco de paciência não resolva.
Chegamos a nosso destino por volta das 13 horas, nos hospedamos no Hotel Plaza, e tratamos de contactar com o Johnny, que se encarregaria de guardar a moto enquanto fôssemos a Uyuni. Por telefone marcamos encontro na própria estação ferroviária, e quando lá chegamos, ele já nos aguardava. Muito amável e solícito nos atendeu e detalhou como seria a guarda da moto. Uma sala só para ela, cuja chave ficaria com o chefe da estação. Perfeito.
Dia seguinte, quando fomos levar a moto e nossa bagagem para guardar, outra formidável surpresa: Johnny nos aguardava, e com ele, Cynthia. Neste momento tivemos o prazer de conhecer essa pessoa que, desde há muito vem cuidando de nossa ida para Uyuni. Ela é advogada da ferrovia, e nos foi indicada por Maicon. Ela quem providenciou a reserva do hotel de sal, do tour pelo salar, a guarda da moto, a compra das passagens no trem com escolha dos melhores lugares, além de nos apresentar a praticamente todas as pessoas da ferrovia – FCA Empresa Ferroviária Andina S. A. – envolvidas com a viagem: chefe da estação, chefe do tráfego de passageiros, chefe do trem, garçom do carro comedor. Uma verdadeira fada madrinha.
Pontualmente às 15:30 o trem partiu lotado. Essa composição, chamada Expreso Del Sur, possui vagões muito confortáveis, com bancos reclináveis, amplo espaço para esticar os pés, banheiros limpos, calefação, ar condicionado, TV/DVD. Tudo para uma viagem agradável. E foi. Pontualmente às 22:20 horas chegamos a Uyuni, onde éramos esperados para o translado para o Hotel Cristal Samaña, um dos vários hotéis de sal da região, certa de vinte quilômetros do centro, em pleno Salar de Uyuni.
A chegada ao hotel é impressionante. As luzes do hotel quebram a imensa escuridão do salar, formando uma espécie de ilha brilhante, onde se pode aportar com segurança.
Aguardavam-nos com jantar. Entre um bocado e outro, íamos observando a beleza do prédio, todo construído com blocos de sal, com esculturas em sal, decorações em sal, mesas, cadeiras, bancos, camas... O piso das áreas comuns é todo de sal grosso solto, que nos massageiam os pés enquanto caminhamos.
Dia seguinte, passeio pelo salar, em um Toyota 4X4, veículos que predominam na região. No passeio, visita a um cemitério de trens, visita ao povoado de Colchani onde vimos micro fábricas de refinação de sal, e confecção de artesanias, de sal evidente. E o mais esperado, rodar pelo majestoso Salar de Uyuni, uma imensidão branca que parecia não ter fim. Afinal, são 12 mil quilômetros quadrados de sal.
Ao final da tarde, depois de apreciar o magnífico por do sol no salar, retornamos a Uyuni para conhecer a pequena cidade, que tem sua economia baseada principalmente no turismo, e aguardar o trem que nos levaria de volta da Oruro, para retomarmos nossa viagem em moto.
Chegamos a Oruro às 7:10 horas da manhã, onde Cristian, chefe da estação nos aguardava, com uma boa notícia: como íamos em seguida para Potosi, onde acontece um festival de danças chamado Ch´utillos, e a cidade está tomada por visitantes, Cynthia providenciou-nos reserva de hotel. Mais uma da nossa querida madrinha.
Durante a viagem de hoje, enfrentamos a temperatura mais baixa até agora: 1º. O computador de bordo alerta para a possibilidade de gelo na pista, sem saber que estamos numa região muito seca, onde isto é pouco provável. As manoplas aquecidas impedem que minhas mãos congelem. O sol preguiçoso se esconde por trás de muitas nuvens, enquanto a GS vence sem dificuldade os 310 quilômetros de estrada que separam as duas cidades, inicialmente por altiplano, depois por entre coloridas montanhas, sempre a uma altitude média de quatro mil metros.
Em Potosi nos instalamos no Hotel Cima Argentum, um dos melhores da cidade.

















2 comentários:

  1. Parece um cenário lunar. Muito bonito, sem dúvida. Imagine saber que, em um tempo muito, muito longe, tudo isto estava coberto pelo mar!

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  2. O Salar de Uyuni impressiona: pelo tamanho, pela beleza, e pela quantidade e diversidade de turistas que o visitam.

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