quinta-feira, 11 de agosto de 2011

De Abancay a Camaná

Abancay, capital do Departamento de Apurimac, é uma cidade típica do Peru: sem prédios, esparramada em uma grande ladeira, ruas estreitas, trânsito confuso, lojinhas vendendo de tudo, com as mercadorias expostas na rua, e gente, muita gente. Afinal, são quase duzentos e cinqüenta mil habitantes.
Ficamos no Hotel de Turistas, indicado como o melhor da cidade. Antigo, mal conservado, e quartos cheirando a fumo. Como não tinha outro...
Finalmente o dia amanheceu, acordado por insistentes galos que começaram sua cantoria uma hora antes do alvorecer. E logo o intenso soar das buzinas dos veículos circulando. Céus, como este povo buzina!
Oba! Finalmente poderemos prosseguir.
O trecho que agora tínhamos pela frente, era um dos mais esperados. Ocorre que em 2005, quando fomos ao Equador, aí tivemos sérios problemas com nossa moto. Em Negromayo, numa altitude de mais de 4.500 metros, pegamos uma nevasca (nunca tínhamos visto nada igual), e ela, a moto, simplesmente resolveu parar. Apagou o motor e pronto. Fomos socorridos pelo nosso amigo Rubão, da 55 Milhas, que conduzia o nosso carro de apoio, e nos tirou daquela fria.
Mas desta vez, tudo foi diferente. Nada de nevascas, nada de moto apagando. Somente sol, estrada livre, e curvas. E crianças à beira da estrada, estendendo seus chapéus, pedindo “una moneda”. São filhos de pastores, que passam o dia cuidando de seu rebanho, sentados à beira da estrada. Rebanhos de alpacas, ovelhas, e até gado vacum.
O almoço foi em Puquio, onde na outra passada pernoitamos.
A cidade está diferente. E para melhor. As ruas centrais foram pavimentadas, o comércio aumentou, e muitos restaurantes, que oferecem, invariavelmente, caldo de galinha, o que acabou sendo o nosso almoço. Estava delicioso. E farto.
Mais curvas, a beleza de Pampa Galera, e mais curvas, e ao final da tarde, chegamos a Nazca.
Ficamos no Hotel Maison Suisse, bem próximo ao aeroporto Maria Reche (a grande estudiosa das Linhas), que morreu em 1.998, com 95 anos de idade, sem ter descoberto o grande mistério.
As Linhas de Nazca ficam em um pampa a 550 metros sobre o nível do mar, formam desenhos geométricos e figuras estilizadas de animais. E não são visíveis do solo (devido ao seu tamanho). Só podemos vê-las, de avião. Então, para que foram construídas?
É intenso o movimento de pequenos aviões, no apertado aeroporto. Turistas do mundo inteiro se acotovelam nos pequenos balcões de uma dúzia de companhias aéreas que fazem o sobrevôo. Fomos num Cessna, 5 passageiros mais piloto e copiloto. Em 35 minutos, tudo visto. E nós decepcionados, por também não ter descoberto o mistério. Afinal, foi tão pouco tempo para vê-las (as linhas).
Aproveitamos o restante do dia, para avançamos mais em nossa viagem. Rumamos para Arequipa, mas a noite nos surpreendeu a meio caminho, e fomos obrigados a pernoitar em Camaná.
Neste trecho percorrido, a rodovia margeia o Pacífico. Em alguns pontos, a estrada está encravada na encosta, que dá arrepios olhar para baixo. Sem guard-rail, vê-se as ondas lambendo as pedras dezenas de metros abaixo.
Ao início da noite, finalmente chegamos a Camaná, e nos hospedamos no Hotel de Turistas (homônimo do hotel de Abancay), mas bem melhor.
Amanhã seguiremos para Arequipa, que será o nosso ponto de apoio para visitarmos o Cañion Del Colca.













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