quinta-feira, 6 de outubro de 2011

México-DF, Guatemala, San José, Panama City

Não estava em nossos planos visitar a cidade do México, mas as circunstâncias nos obrigaram. A oficina HD, por conta das comemorações pelos duzentos anos de independência do México, abrirá somente na próxima segunda-feira. Então ficaremos por aqui neste final de semana.
À tarde, Manuel e Sandra nos levam para almuerzo (ou seria jantar?) num dos mais famosos restaurantes típicos da cidade: Caballo Baio. Impressionante! Ambiente aconchegante, fina decoração, e comida muito saborosa. Picante, naturalmente. E “mariachis” a nos deleitar com as mais românticas canções mexicanas, que acompanhamos cantando e bebendo tequila. Ah! E provamos “escamoles” (ovos de formigas), a comida da nobreza azteca.
O sábado foi reservado para visita à “Zona de Monumentos Arqueológicos de Teotihuacan”, considerada a maior cidade de todas as culturas pré-hispânicas, onde se destacam a Pirámide Del Sol, e a Pirámide de La Luna.
Continuando nosso tour pela cidade do México, no domingo Manuel e Sandra nos levaram a conhecer o Centro Histórico, onde se realizava cerimônia lembrando os mortos no grande terremoto ocorrido em 1.985. Milhares de pessoas perderam a vida.
Ainda, no Centro Histórico, visitamos o Templo Maior (Catedral), que foi construída onde antes era uma grande pirâmide; museus, o magnífico prédio que abriga a agência dos correios por mais de cem anos e a Calle Brasil. Sim, aqui tem a Avenida Republica Del Brasil (com “S”).
Segunda-feira, motos consertadas e estávamos prontos para retomar a viagem. Mas havia um receio: enfrentar o trânsito da cidade do México. Para nossa felicidade, não tivemos problema algum. As ruas por onde passamos não estavam congestionadas, com o trânsito fluindo normalmente. Em pouco tempo, já estávamos na autopista que nos levaria a Puebla, e dali a Oaxaca.
Ao sair da cidade, passamos por dois vulcões, Itztlacihuatl (La Mujer Dormida), Popocatepetl – mas não pudemos vê-los, porque estavam encobertos por nuvens.
Ao final da tarde, chegamos a Oaxaca, que para nós, desta vez, estava triste, sem Braga, e com chuva.
Em Tehuantepec, as conseqüências das últimas chuvas eram vistas em toda parte. Alagamentos, lavouras destruídas, estradas esburacadas, desbarrancamentos, deslizamentos de terra. Até mesmo a rodovia pedagiada estava fechada, por conta de uma ponte destruída pela enxurrada. E lá fomos nós desviados para o centro da cidade. E aí, outro grande problema: piqueteros.
Trânsito parado, lama por toda parte, lixo boiando em áreas alagadas, fila interminável de caminhões. Fomos enfiando nossas motos entre os carros, até chegarmos ao piquete, que conseguimos passar graças a uma senhora, líder do grupo, que nos liberou.
Quando achamos que não teríamos mais problemas, começou a chover. Primeiro foi uma pequena chuva, em pequeno trecho de apenas cinco quilômetros. Em seguida veio outra chuva em trecho maior, e assim foi, alternando trechos com chuva e outros com sol, até que, nos últimos cem quilômetros, foi só chuva. Talvez a maior e mais forte que eu já tenha visto. Enormes poças de água na pista eram um perigo constante, que os grandes caminhões pareciam ignorar. Por conta disso, nossa chegada a Tapachula atrasou em mais de uma hora. Mas conseguimos chegar a Tapachula sãos e salvos.
A chegada no “dealer” na Ciudad de Guatemala nos fez esquecer as dificuldades enfrentadas no dia de hoje. Fomos recebidos pelo proprietário da loja, pelo proprietário da loja HD em San José da Costa Rica, e pelo Sr. Fernando Cortez, District Manager Latin America Operations da HD. Depois de animada conversa sobre a nossa expedição, fomos presenteados com camiseta da HD Guatemala e convidados para conhecer San Jose da Costa Rica.
Mas, no dia de hoje, os problemas começaram logo cedo. Saindo do México, na aduana nos exigiram um imposto de turista (USD$22,00), que deveríamos ter pago na entrada, em Nuevo Laredo. Depois, prá não perder o costume, uma cuota (pedágio) para cruzar a ponte fronteiriça.
E no lado da Guatemala, os problemas só aumentaram.
Primeiro, tivemos que pagar para fumigar as motos. Depois, para fotocopiar o passaporte, certificado de propriedade do veículo, e carteira de motorista, e por fim, pagar uma licença de turismo. Mais ou menos duas horas nessa burocracia, calor insuportável, e pronto. Já estávamos rodando em estradas guatemaltecas. Ou o quê sobrou delas.
Intenso movimento de grandes caminhões, lombadas, muitos buracos na pista e congestionamentos intermináveis foi o que encontramos no que restou da rodovia, devido às intensas chuvas dos últimos dias. Enxurradas levaram pontes inteiras, obrigando o trânsito a fluir por pontes improvisadas, um veículo de cada vez.
Finalmente chegamos à Ciudad de Guatemala, enfrentamos um dos maiores congestionamento que já vimos. Caminhões, automóveis e motocicletas disputavam espaço na rodovia, onde a lei era a do mais forte. Ou do mais astuto.
Aproveitamos o dia seguinte, de folga, para fazer o Visto para Honduras, já que a embaixada fica próxima ao nosso hotel. Uma foto, comprovante de situação econômica e cinqüenta dólares americanos.
Para completar o dia, planejamos uma visita ao Volcan Água, o mais famoso do país, e ao Volcan Pacaia, em plena atividade, ambos próximos daqui. Porém, uma forte chuva atrapalhou nossos planos.
Na saída da Ciudad de Guatemala enfrentamos outro grande congestionamento, apesar de ser bem cedo – antes do horário do rush matinal – e estarmos indo no sentido contrário ao grande fluxo de veículos que já se dirigiam ao centro. Verificamos que a causa de tamanho congestionamento eram obras, para recuperar a pista dos estragos causados pelas recentes chuvas, e para prevenir futuras enxurradas.
Em pouco tempo chegávamos a San Cristóbal, já na fronteira com El Salvador. Apesar do grande movimento de populares, da tradicional feira de produtos variados praticamente trancando toda a rua, conseguimos rapidamente fazer todos os trâmites de saída. Agora vamos para El Salvador.
A aduana de El Salvador, em Piedras Azules é um teste para a paciência de qualquer viajante. Depois de esperarmos quase uma hora (o funcionário estava almoçando), fomos atendidos. Gentilmente ele forneceu um formulário a ser preenchido com os dados da moto, e pediu fotocópia do passaporte (só os dados de identificação), da carteira de motorista, e do certificado de registro do veículo. Fácil. Fotocópias na mão, voltamos para a fila. Esperamos mais um “ratito” e ele nos atendeu. Carimbou e rubricou o verso do tal formulário, e os encaminhou para outro guichê.
Depois de perambularmos por vários guichês, e mais fotocópias, finalmente somos liberados.
A rodovia em El Salvador é boa. A maior parte do percurso é em autopista, dupla via, asfalto em boas condições, mas com um detalhe: vez por outra atravessa regiões povoadas, com os problemas de sempre, como lombadas, pessoas cruzando a pista, e as inevitáveis feirinhas, vendendo de tudo, desde comida a iguanas. Iguanas? Sim, iguanas. Verdes, negras, grandes, pequenas, quatro por trinta dólares. Uma pechincha!
Em San Miguel, El Salvador, no restaurante do Hotel Florência, travamos luta com um bifinho de lomo, de apenas uma libra. Ao ponto. Delicioso!
Entramos em Honduras por El Amatillo. Mais espera, mais burocracia, mais fotocópias, mais dificuldades, mas conseguimos cruzar este país, entrar na Nicarágua, e ao final do dia, chegar a Manágua, e no dia seguinte, a San José, na Costa Rica.
Nosso primeiro compromisso em San José foi visitar o dealer HD na Costa Rica. Na loja fomos recebidos pelo seu proprietário, Sr. Eric Vincent e por toda a sua equipe. Gente muito simpática. Em seguida ele nos encaminhou, a nosso pedido, a um hotel, para que pudéssemos lavar (e secar) nossas roupas.
Próximo passo foi visitar o Volcan Poás, que fica nas proximidades da cidade. Apesar de não estar em atividade, é muito procurado pelos visitantes. Ontem íamos visitar o Volcan Masaya, em Manágua, mas o parque estava fechado, devido a fortes chuvas na região.
Bem, agora é hora de partirmos em direção ao Panamá. Temos duas opções de estrada: pela Costanera ou pela Panamericana. Optamos pela Panamericana, por ser de menor trajeto, e onde teríamos a oportunidade de conhecer o Cerro de La Muerte e a beleza de uma rodovia que cruza a mais de 3.300 metros de altitude.
Ademais, sempre é bom lembrar que a velocidade nas rodovias da Costa Rica, é rigorosamente controlada pela polícia, e limitada a oitenta quilômetros por hora. Meio travado o trânsito por aqui.
E foi o que vimos hoje de manhã quando saímos de San José. Apesar de ser bem cedo, sete horas da manhã, extensos congestionamentos já se formavam em todas as avenidas de acesso ao centro.
Em pouco tempo, apesar de fortes chuvas, intercaladas por pequenas aberturas de sol, estávamos na aduana, em Paso Canoas. Fácil para sair da Costa Rica, mas complicado para entrar no Panamá. Ainda bem que tínhamos providenciado algumas fotocópias do passaporte e do certificado de propriedade das motos. Agilizou bastante. Mas não escapamos de pagar por um selo de turismo (um dólar), fazer seguro das motos (quinze dólares) válido por três meses, e fumigação (um dólar). Vistorias de praxe, uma propina para o tramitador que nos ajudou e pronto. Já estamos na estrada.
Nosso objetivo para hoje era Panamá City, porém, devido às fortes chuvas e às reduzidas velocidades na Costa Rica, faltando duzentos e cinqüenta quilômetros, paramos em Santiago para pernoite. Hotel Davi (3B).
Enquanto isso, vamos contactando com o Sr. John Agudelo da Air Cargo Pack, para providenciarmos o transporte das motos, de Panamá para a Colômbia.
Finalmente um dia sem chuva. Em pouco mais de duas horas de viagem, através de excelente autopista, chegávamos à cidade do Panamá. Fomos direto para o “dealer”, onde fomos recebidos pelo proprietário, Sr. Iván A. Perez, que imediatamente colocou sua equipe à disposição para nos atender. Gente muito simpática.
Enquanto isso, aproveitamos a oportunidade para conhecer o funcionamento do Canal durante o dia, já que, quando por aqui passamos, na ida, o visitamos à noite.
No Centro de Visitantes de Miraflores, visitamos o museu da construção, um simulador (me senti o timoneiro de um grande navio cruzando o canal), vimos um filme sobre a construção, funcionamento e importância desta grande obra. Depois fomos assistir a passagem de um grande navio pelas Eclusas de Miraflores.
Ao final da tarde, fomos ao terminal de carga aéreo, entregar as motos à empresa Air Cargo Pack, para serem transportadas para Bogotá, na Colômbia. Foi tudo muito fácil. Bastou apresentar o “Formulario de Control Vehicular” que nos foi fornecido ontem quando entramos no Panamá, em Paso Canoa, o certificado de propriedade do veículo, e passaporte. Eles mesmos fizeram as cópias que necessitavam e nos devolveram os originais.
Agora vamos providenciar as nossas passagens aéreas. Provavelmente seguiremos viagem amanhã à tarde, com previsão de retirarmos as motos em Bogotá, na próxima sexta-feira.
Era quarta-feira, 29 de setembro, e estávamos no 124º dia de viagem.
Zona de Monumentos Arqueológicos de Teotihuacán

Pirámide Del Sol

México, DF

México, DF






Aduana em El Salvador




San José, Costa Rica

Eclusa de Miraflores, Canal do Panamá

Panamá City

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