quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Jacksonville, Key West, Laredo, México DF

De Elberton fomos a Jacksonville, Flórida, passando por Augusta e Savanah, e daí a Kay West.
Uma das rodovias mais vigiadas pela polícia, controlando a velocidade dos veículos, é a que liga Miami a Key West. Também pudera. É uma estrada simples, com muito movimento, e quando não é ponte, está atravessando região povoada. Ela liga várias ilhas, até a mais extrema, Key West, onde estão também, a milha zero, e o ponto mais ao sul dos Estados Unidos.
Mas a região é muito bonita, repleta de hotéis, restaurantes e um sem número de atrações para satisfazer e deleitar a enxurrada de turistas que a procura. Sem dúvida, um lugar para visitar com bastante tempo para poder aproveitar tudo o que ela oferece.
Deixando Key West, retornamos a Miami, e na loja HD Peterson conhecemos o Marcão e sua esposa Mirta e o Laranjeira (brasileiros que moram e trabalham em Miami). Eles estavam ali nos esperando! Fantástico! Aí é que comecei a ligar os fatos. O Laranjeira é o homem do Neverflat, e o Marcão importa peças de motos para o Brasil.
Dali fomos para a casa do Laranjeira, em Boca Raton, onde tivemos o privilégio de conhecer sua querida Heloisa, que mui gentilmente nos receberam e nos hospedaram em sua casa. Ficamos por três noites.
Um churrasco na casa do Marcão, para marcar (parece redundância) o momento. Picanha, linguicinha, cerveja gelada, e um delicioso feijão preto especialmente preparado para nós, pela Mirta. De babar!
Prosseguindo nossa viagem de retorno, de Boca Raton fomos a Pensacola, e daí a Houston e Laredo, no Texas.
Chuva. Muita chuva. Verdadeiro dilúvio foi o que enfrentamos hoje na estrada. Mas conseguimos chegar a Houston, no Texas. Agora já estamos bastante próximos da fronteira com o México, que pretendemos cruzar amanhã. Ainda não definimos por onde, mas será em qualquer ponto em direção a Léon, onde os nossos amigos Manuel e Sandra nos aguardam.
O trecho de estrada percorrido hoje é um tanto curioso. Em 870 quilômetros, a I-10 passa por cinco Estados (Flórida, Alabama, Mississipi, Louisiania e Texas), e muitas pontes. São quilômetros e quilômetros delas, sobre rios, lagos, e principalmente, sobre um interminável terreno alagado, algo semelhante ao nosso pantanal, na extensa região formada pela foz do rio Mississipi, que fica ao nível do mar.
Enquanto venciamos os últimos quilômetros que faltam para entrarmos no México, deslizando suavemente pela Interstate 35, que liga San Antonio a Laredo, no Texas, lembrei de como foi marcante a nossa estadia em Boca Raton, na Flórida. A recepção que tivemos foi muito calorosa, graças à hospitalidade dos amigos Laranjeira e sua querida Heloisa, e do Marco e sua querida Mirta.
Essa rodovia com intermináveis retas corta extensa planície, que fica bem frontal ao Golfo do México, e bastante vulnerável a fenômenos climáticos como furacões e tornados. Em caso de ocorrência, existem rotas de evacuação que conduzirão os transeuntes a abrigos.
À medida que nos aproximamos da fronteira, é notório o aumento da vigilância policial sobre a rodovia, por terra e por ar.
Uma rápida parada na loja da Harley em busca de alguma oferta imperdível, e em seguida nos enfiamos num hotel para prepararmos o roteiro de amanhã, pois pretendemos chegar a León.
Nossa entrada no México foi tranqüila. Num instante já fazíamos os trâmites de entrada. Simples e sem filas. Também não necessitamos fazer novamente o “Permisso de Importacion Temporal de Vehiculos”. Esse documento fizemos em Tapachula, em 23 de junho, quando entramos no México, na ida, tem validade por um ano, e nos custou USD$35,52. Ainda bem que o guardamos.
Agora a orientação é nos afastarmos da região de fronteira o mais rápido possível, tendo em vista os recentes conflitos ocorridos por ali. Seguimos em direção a Monterrey, depois Saltillo, até León, sempre que possível, utilizando as pistas por aqui conhecidas por cuotas. Como já informamos antes, são estradas construídas com capital privado, mantidas em excelentes condições, onde se paga pedágio. O valor do pedágio não é barato, mas em compensação, ganha-se em segurança, rapidez e economia de combustível e pneus.
Mas também existem as carreteras libres. São as estradas tradicionais, mantidas pelo governo, com os velhos problemas de sempre: lombadas, curvas, trechos mal conversados, intenso movimento de caminhões, atravessam povoados, etc. Em alguns trechos que fizemos por essas estradas, pudemos observar um fato, no mínimo curioso: placas informavam que é delito comprar espécies em extinção, e bem embaixo delas, dezenas de barracos improvisados expunham, oferecendo para venda, couro de cobras e de outros animais da região. Ofereciam animais vivos, também.
Ao final da tarde, chegada a León onde já nos aguardavam nossos amigos Manuel e sua querida Sandra. E pela terceira vez nesta viagem, nos receberam em sua residência.
Deixamos nossas bagagens na casa deles e corremos levar nossas motos para o dealer local, para revisão e troca de pneus, que eles farão amanhã.
Em León participamos de uma autêntica festa mexicana. O México todo está em festa, comemorando duzentos anos de independência. Uma semana inteira de festas. Nossos amigos Manuel e Sandra nos levaram a uma festa organizada por amigos, onde os participantes levavam suas próprias comidas e bebidas. Não tinha muita gente, talvez umas cinqüenta pessoas, todos conhecidos entre si, e muito animados. A comida eram deliciosas tortilhas e tostadas, com os mais variados acompanhamentos, e tacos. Para beber, tequila. Pura, ou misturada com refrigerante de limão.
As pessoas, principalmente as mulheres, estavam vestidas com alguma peça de roupa nas cores da bandeira mexicana: verde, vermelho e branco. Afinal, todos estavam ali para comemorar dois séculos de independência.
Animando a festa, a mais autêntica e tradicional música mexicana, que os participantes acompanhavam cantando a plenos pulmões, de peito estufado. Algumas delas nós até conhecíamos parte da letra, e ousávamos cantar juntos.
Lá ficamos até tarde. Tão tarde, que atrasou nossa saída na manhã seguinte. Pretendíamos sair cedo para chegar a Poza Rica, já na costa atlântica, muito próximo a El Tajin.
Era quase meio dia quando finalmente acionamos os motores das motos. E aí apareceu o primeiro problema. Óleo embaixo da minha moto. Caramba, não pode! Ela veio da revisão dos 48 mil quilômetros ontem à tarde. Isso não pode estar acontecendo. Mas estava.
Levamos as motos ao “dealer” em León, na terça-feira à tarde, para a revisão normal feita a cada oito mil quilômetros, e troca dos pneus. Não apresentavam nenhum problema. Então porque agora uma delas começa a pingar óleo? O que fizeram (ou não fizeram) naquela oficina?
Mas finalmente estamos na estrada.
Mais à frente, outra novidade. O escapamento direito estava solto.
Arame, alicate, e pronto. O escapamento está suficientemente preso para chegar até a oficina mais próxima, que fica na cidade do México. Estávamos evitando passar por lá, devido ao intenso trânsito nessa cidade. Mas não temos outra saída. Toca para lá.
Manuel que nos monitora pelo Spot, percebeu nossa mudança de rumo, e nos envia mensagem dizendo que um furacão está se dirigindo para a região onde íamos.
Era quinta-feira, 16 de setembro, e estávamos no 111º dia de viagem.




Com os amigos Laranjeira e Ig

Amigo Marcos, preparando aquela picanha...

Mirta preocupada com o jantar

Com Helô e Laranjeira, no Sea Aquarium, em Miami


Mimi

Saindo dos States, por Laredo

Entrando no México, por Nuevo Laredo

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