quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Belo Horizonte e Rio de Janeiro

Saindo de Salvador, mudamos um pouco nossos planos, e tocamos direto para Belo Horizonte, onde pretendemos deixar nossas motos aos cuidados do Bruno, na HD/BH, para fazer a manutenção de rotina, e acertar alguns probleminhas decorrentes da longa viagem.
Tigrão nos acompanhou na saída de Salvador, mostrando o melhor caminho. Era bem cedo, a cidade estava acordando, poucos veículos nas ruas, trânsito fluindo normalmente.
Em pouco tempo chegávamos a Feira de Santana, e ali tomamos a BR 116 que nos levaria a Governador Valadares, e depois à capital mineira.
A BR 116 na Bahia está com o pavimento em bom estado, porém, intenso movimento de caminhões, e muitas lombadas, fazem com que a viagem se torne lenta.
Depois de passarmos Vitória da Conquista, já no município de Águas Vermelhas, durante um abastecimento, conversamos com caminhoneiros que nos convenceram a mudar o itinerário, para Salinas e depois Montes Claros, para chegar a Belo Horizonte. Para tanto, deveríamos tomar a BR 251 no trevo logo à frente. Asseguraram-nos que a estrada é melhor, menos movimento, poucas lombadas. Assim fizemos. Estrada maravilhosa. “Um tapete”, conforme disseram.
Ao anoitecer, chegamos a Montes Claros, convictos de que tínhamos tomado o melhor caminho.
Saindo de Montes Claros, seguimos pela BR 135 em direção a Belo Horizonte. Rodovia em excelentes condições, pouco movimento.
Em Sete Lagoas, já na BR 040, nos aguardavam os companheiros do grupo Águias de Aço de Belo Horizonte, entre eles o nosso particular amigo Cap. Senra, que tive o prazer e a honra de conhecer em 1.967, na EsSA (Escola de Sargentos das Armas), em Três Corações/MG.
Quanta honra para nós sermos recebidos por tão seleto grupo. Aliás, a chegada no Brasil tem sido o ponto alto de nossa viagem. Que prazer nos dá rever os amigos, conhecer outros tantos, poder contar a eles detalhes da viagem, dos lugares por onde passamos, da experiência que trazemos em nossa bagagem.
Em comboio invadimos Belo Horizonte, e num instante estávamos na loja HD, deixando nossas valentes motocicletas aos cuidados do competente Bruno, para a mais do que merecida revisão. Afinal a última fora feita em León, no México.
À noite, jantar na casa do Comandante Edgard, quando então a sua querida Cida teve a oportunidade demonstrar os seus dotes culinários, servindo entre outras iguarias, um autêntico e delicioso pão de queijo mineiro (feito por ela mesmo, naturalmente).
Sábado de folga em Belo Horizonte. Programa obrigatório para os harlistas, é uma passada pela loja HD, para rever os amigos, ouvir e contar histórias, mostrar aquele novo acessório recentemente instalado, jogar conversa fora.
Terezinha não está bem. Sente fortes dores na coluna, conseqüência de uma pancada sofrida ontem, numa lombada na saída de Montes Claros. Jackie a leva para o Hospital Madre Tereza, onde é atendida por ortopedista na emergência. Atendimento rápido e cortês. Radiografia nada acusa. É medicada e liberada, mas deve ficar em repouso o dia todo.
E continuando nossa visita, e dentro das melhores tradições mineiras, não poderíamos deixar de almoçar a mais autêntica comida mineira. Almoço no restaurante Panela de Pedra, em Confins. Impressionante a grande quantidade de comida oferecida, em três enormes fogões a lenha. Presença maciça dos motociclistas de Belo Horizonte, ávidos para saberem curiosidades sobre a viagem, roteiros, estradas, aduanas, e também sobre o funcionamento da montadora em Manaus.
Domingo de eleições. Ao lado do hotel, um local de votação. E para lá fomos cumprir nossa obrigação eleitoral: justificar o voto, pois estamos fora de nosso domicilio. Heloisa, mesária da seção nos atendeu e nos orientou sobre o procedimento. Muito simpática, interessou-se por nossa viagem, fez muitas perguntas, e pacientemente, ouviu muitas histórias e passagens interessantes.
Depois, uma visita à Feira Dominical de Artesanatos. Tem de tudo, como convém a uma boa feira. Barracas vendendo comidas, roupas, artesanias diversas e... uma baiana fazendo acarajé. Era tudo o que queríamos. Fotos, filmetes, muito papo, e muita animação enquanto saboreávamos a iguaria.
Dali fomos direto para a casa do Comandante Edgard, onde sua querida Cida nos preparou um autêntico e mineiríssimo almoço.
E completando nosso domingo, aniversário do Capitão Senra (comemorado com um pouco de atraso), quando ele e sua querida Geralda reuniram amigos para um jantar (como se come nessa terra!) no Galpão. Muitos membros do Grupo Águias de Aço, do grupo VMD, da Polícia do Exército, amigos e familiares presentes. E cariocas: Artur e querida Claudia, Balaciano e querida Rose, Cézar e Drago, vieram do Rio de Janeiro especialmente para a festa e para nos acompanhar até sua cidade.
Ponto alto foi a fala do Capitão. Citou a nossa presença, a nossa viagem, elogiou o nosso feito. Disse que atrasou a comemoração do aniversário, exatamente para coincidir com a nossa volta, o que muito nos honrou e envaideceu. Afinal receber um elogio daquele que é um dos mais experientes motocilistas do Brasil, nos encheu o peito de orgulho.
Segunda-feira tranqüila em Belo Horizonte. Enquanto aguardamos pela conclusão dos trabalhos de revisão em nossas motos, a cargo do competente Bruno & equipe, aproveitamos o tempo vago para colocar em dia nossas rotinas. Afinal, hoje é o 157º dia de viagem. Mais de cinco meses, mas parece que foi ontem, quando acordei naquela madrugada de sábado, 29 de maio, para dar início a essa jornada. O tempo passa muito rápido, principalmente quando fazemos o que gostamos. Portanto, precisamos nos dedicar mais a fazer o que gostamos, pois, caso contrário, corremos o risco de não fazer tudo o que queremos.
Voltando à realidade, uma chegadinha na oficina HD para ver como estão os trabalhos. A moto está pronta, faltando somente o teste de rua. Foram trocados os discos de freio dianteiros que estavam empenados, e os rolamentos que estavam danificados. Só para relembrar, o mecânico do “dealer” em Managua já havia diagnosticado discos empenados, mas não os substituiu por não dispor em estoque. Recomendou São José, da Costa Rica. Lá, após um teste, o mecânico disse que os freios estavam normais. A trepidação que eu sentia era normal do ABS. Hummmm!
Queremos deixar aqui registrado nossos mais sinceros agradecimentos ao Bruno, chefe dos mecânicos da loja HD em Belo Horizonte, pelo empenho, dedicação, profissionalismo e competência com que nos atenderam, e não mediram esforços para entregar nossas motos “zeradas”, estendendo sua jornada de trabalho noite adentro. Muito obrigado, amigos.
Próxima parada, Rio de Janeiro. Devidamente escoltados pelos amigos cariocas, lá fomos nós. Quase chegando ao Rio, um grupo de motociclistas nos esperava, aumentando sobremaneira o comboio. E a chegada no Rio foi emocionante. Centenas de motociclistas estavam reunidos no Bar Beco do Alemão, na Barra da Tijuca, nos aguardando, com faixa de boas vindas e tudo o mais.
Dia seguinte, folga. O dia amanheceu perfeito, combinando com o Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa. Na praia em frente ao hotel, muita gente já aproveitava os primeiros raios do sol para a caminhada matinal. Outros, apenas para relaxar nas areias brancas, aproveitando para descansar das intensas atividades do final de semana prolongado.
Balaciano e sua querida Rose chegaram no horário combinado. Em dois carros, lá fomos nós, num dos mais agradáveis passeios de toda a viagem: conhecer o Rio, ou pelo menos, parte dele.
Próxima parada, Corcovado. Os carros não podem subir. Temos duas opções: de bondinho ou de van. Optamos por subir de van, que oferece a oportunidade de algumas paradas para fotos durante a subida, além de contarmos com preciosas informações passadas pelo guia, que é também o motorista.
O Rio visto do Corcovado é realmente maravilhoso. De lá se avista o Maracanã, a ponte Rio-Niterói, os aeroportos do Galeão e o Santos Dumont, o Pão de Açúcar, a cidade de Niterói, e toda a Baia da Guanabara. Poderíamos passar horas ali, nos deliciando com tanta beleza, mas é hora de voltar. Temos compromisso.
À noite, no bar Beco do Alemão, o tradicional ponto de encontro de motociclistas cariocas, que gentilmente nos recebeu ontem, temos mais um compromisso: gravar matéria sobre nossa viagem com equipe de jornalismo do SBT, para ir ao ar em rede nacional.
Nossa passagem pelo Rio foi marcada pelo hospitalidade, cortesia e companheirismo dos motociclistas cariocas. Nosso especial agradecimento ao amigo Artur Albuquerque e querida Cláudia, ao Balaciano e querida Rose, que além de nos acompanharem desde Belo Horizonte, organizaram essa magnífica recepção; ao César e Drago; ao Giba e querida, enfim, todos os motociclistas que nos acompanharam nesse trecho da expedição.
Era Quarta-feira, 3 de novembro, e estávamos no 159º dia de viagem.
Chegando a Montes Claros, Minas

Com a amiga Cida, de BH

Com os amigos Cariocas

Terezinha e Cida

Com os amigos Edgard e Cida, a caminho do Rio

Com as amigas Cida e Rose, no Rio

No Corcovado

No Bar Beco do Alemão, Barra da Tijuca

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