quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ushuaia, finalmente!

Ushuaia: 9º dia da viagem.
Sexta-feira, 26 de dezembro de 2014.
Passei a noite um pouco preocupado com o trecho que teríamos para hoje, a última etapa até Ushuaia, nosso destino final. Não pela distância – cerca de 590 quilômetros – mas pelas dificuldades que sabidamente nos aguardavam. Nem pensar em imprevistos.
Não sei o porquê, questão histórica e demarcação de fronteiras, mas, para chegarmos a Ushuaia teríamos que passar pelo Chile. E isso demanda bastante tempo: imigração e aduana para sair da Argentina, depois para entrar no Chile, depois para sair do Chile, e finalmente, para entrar na Argentina, isso tudo num espaço de menos de duzentos quilômetros. E não é só isso. Tem que cruzar o Estreito de Magalhães e vencer o tão famoso e temido trecho de ripio.
Então vamos lá.
No posto de fronteira de saída da Argentina nada de fila. Tudo é feito pouco mais à frente, no posto de fronteira do Chile. Trabalham juntos, num mesmo prédio, funcionários argentinos e chilenos. Muito movimento de pessoas indo e vindo, filas, mas tudo muito organizado. Documentos pessoais e das motos, um pouco de paciência, carimbos daqui, carimbos dali, paso 1, paso 2... paso 5, e agora só falta a inspeção das motos. Sim, os funcionários chilenos procuram por frutas, queijos, carnes, etc., cuja entrada é proibida naquele país.
Aduana Integrada: Argentina e Chile 

No Estreito de Magalhães, um Transbordador Austral já estava embarcando os carros para a travessia. Motos não entram na fila. Aguardam e embarcam por último. Sempre tem lugar para elas.
O Transbordador Austral, na Primeira Angostura do Estreito de Magalhães

Embarcando, a Catarina mais eu.

Alcir e Romy

Giba

João e Mariléia

Todos embarcados!

Apreciando apaisagem

Tudo de acordo, vamos em frente. Em Cerro Sombrero, estratégica parada para abastecimento. A gasolina que temos nas motos é suficiente para chegarmos até o próximo posto, mas agora teremos pela frente o trecho em rípio, e não sabemos qual será o comportamento/consumo de gasolina. Melhor encher o tanque.
O trecho em ripio está entre Cerro Sombrero, no Chile, e San Sebastian, na Argentina, e não estava ruim, apesar de obras de asfaltamento, já com grande parte concluída e liberada para o tráfego, e outra parte concluída, mas ainda não liberada, e dois trechos, um de 35 e outro de 64 quilômetros, de desvios e estrada não pavimentada. Bastante poeira e algumas pedras soltas, mas permitia viajar em quarta marcha, a oitenta por hora. Isto para não judiar tanto das meninas.
O ripio

As GTL avançam

Visíveis as obras de asfaltamento.
O grupo prossegue (foto por Leo)
Tudo corria bem, vento a nosso favor, quando o imprevisto aconteceu: a moto do Alcir furou o pneu traseiro numa pedra, fazendo um corte de quase dois centímetros, impossível de ser consertado com o famoso “macarrãozinho”. Estávamos em região deserta, faltando cerca de vinte quilômetros para a aduana chilena.
Não demorou muito e veio a solução: do nada apareceu uma Saveiro conduzida por jovem argentino, que se prontificou levar a moto até a cidade mais próxima, Rio Grande, cerca de oitenta quilômetros em frente, onde com certeza, encontraríamos uma borracharia para fazer o conserto.
Pneu furou. Socorro chegou!

Força João!

Ufa!

Lá vai ela!

Posto de fronteira chileno

Dá-lhe pau Marco Véio!

Posto de fronteira Argentino
Com a moto embarcada, seguimos. Passamos pelo posto de fronteira do Chile, mais doze quilômetros, o posto de fronteira da Argentina, e chegamos ao asfalto, e logo a Rio Grande, onde o jovem que nos socorreu ainda nos acompanhou até uma borracharia. Aí outro imprevisto: as GTL necessitam de uma chave especial para sacar os parafusos das rodas. Uma chave estrelada, que inexplicavelmente não vem com a moto. E nem todos os borracheiros a tem. A solução foi uma borracharia que funcionava anexa a oficina mecânica.
Nosso agradecimento a esse jovem que nos socorreu.
Pneu consertado, agora falta pouco.
Os primeiros sinais de gelo.

O Lago Fagagno

O Lago Escondido

Belíssimas paisagens!

Alcir e Romy

Corre Giba, Ester te espera em Ushuaia!

A paisagem. Ah, a paisagem!

Chegamos!

Comemorando a chegada em Ushuaia, e a Ester que se junta ao grupo.

Um corderito patagonico "al palo", no restaurante Joaquim Biguá.

O trecho percorrido hoje.
O trecho todo, percorrido até aqui.

2 comentários:

  1. Beleza de fotografias! Que viagem bonita!

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    1. Olá Vera, realmente uma belíssima viagem, especialmente na companhia de bons amigos.

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