domingo, 25 de janeiro de 2015

Batismo de Vento

Domingo, 21 de dezembro de 2014, 4º dia da viagem.
Amanheceu chovendo.
Com chuva, ou sem chuva, devemos prosseguir. Antes porém, aquele gesto ao qual já estávamos nos acostumando, pois repetido a cada dia antes de iniciar a jornada: orar. Agradecer pela proteção recebida nos dias anteriores, e pedir que esta proteção se estenda pelo dia de hoje, para todos nós, que viajamos neste maravilhoso grupo “Expedição Patagônia”, e para todos os motociclistas e motoristas que trafegam pelas excelentes rodovias argentinas. Esse gesto nos foi trazido por Giba, que pacientemente aguarda todos se aprontarem, para depois, darem-se as mãos, formando um círculo virtuoso, para então iniciar a oração matinal. Isto nos tem feito muito bem.
Chuva na saída de Buenos Aires (Foto por Marileia)
Saindo de Buenos Aires, logo agarramos a famosa Ruta 3, e por ela seguiremos até o Fim do Mundo, na Província da Terra do Fogo, cidade de Ushuaia, mais precisamente na Baia Lapataia, distante cerca de 3.079 quilômetros.
O trecho previsto para hoje será de cerca de 650 Km até a cidade de Bahia Blanca, cujo nome tem origem da brancura dos salitres costeiros. É uma das mais importantes cidades do sul argentino, e importantíssimo complexo portuário, sendo o porto de grãos mais importante do país. Daí o grande movimento de caminhões indo e vindo.
Sua população é de cerca de 400 mil habitantes.

Romy e Alcir durante uma abastecida.



A Ruta 3 (Foto por Mariléia).

A Ruta 3 (Foto por Mariléia).

João, durante um abastecimento (Foto por Mariléia)

O grupo se preparando para mais uma "pernada" (Foto por Mariléia).
Tudo transcorreu normalmente até a pequena Coronel Dorrego, onde fizemos parada para abastecimento e lanche, antes de enfrentar a última centena de quilômetros do dia.
A rodovia atravessa extensa região de pampas, e aí fomos surpreendidos por violenta tempestade, com rajadas de vento que insistiam em empurrar as motos para fora da estrada. Havia momentos em que parecia a moto estar saindo de baixo da gente. Nestes casos, a solução é colocar marcha de mais força e acelerar, enfrentando a força dos ventos. Nunca parar, pois o risco de ser jogado ao chão é grande.
Foram dezenas de quilômetros sob a ação dos ventos intensos.
Foi o “batismo de vento” dos expedicionários.
A chegada à cidade, e ao Hotel Argos, foi motivo de grande comemoração pelo grupo. Todos venceram o obstáculo com galhardia.
Para compensar, jantar num dos melhores restaurantes da cidade, o Victor, com três grandes atrações: o melhor bife de chorizzo da região, a cerveja Quilmes mais gelada, e a memória de Omar, o garçom. O cara recebeu todos os pedidos da nossa mesa, grupo de onze pessoas, e sem anotar nada, foi trazendo e servindo a cada um, bebida, entrada, prato principal, sem perguntar quem pediu isto, quem pediu aquilo. Ao final, ainda trouxe a conta, separada por casal. E sem erros. Caprichamos na “propina”.
A tempestade começa a se formar (Foto por Mariléia).

Foto por Mariléia

Foto por Mariléia

Chegamos!

Foto por Mariléia.




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