sábado, 22 de dezembro de 2012

Jurupiga


Quarta-feira, 19 de dezembro.
Dia de descanso. Bem, não exatamente descanso. Pela manhã fomos garimpar ofertas na Zona Franca de Chuy (lado uruguaio). Muita coisa bonita, muita coisa barata, mas, para felicidade geral da nação, pouco se pode comprar, pois não há como carregar na moto. Beleza! Meu cartão de crédito agradece.
Fiz duas constatações:
- É desnecessário ficar comparando preços nas diversas lojas. Todas vendem praticamente as mesmas coisas, por preços muito semelhantes. Para economia de tempo, dinheiro e paciência, o segredo é comprar tudo o que se quer logo na primeira loja que entrar. E, eventualmente, ir em outras, para completar as compras. O tempo ganho você pode usar bebendo uma Patrícia no barzinho da esquina.
- É mais vantajoso pagar em reais. As mercadorias estão com preço em dólar, e no caixa o câmbio era US$1,00 = R$2,00, enquanto que se pago com cartão de crédito, é utilizado o câmbio oficial (está mais de R$2,10), acrescido de IOF.
Feitas as compras (sempre se encontra algo para comprar), o restante do dia foi para curtir o Hotel Bertelli, um bom Carmenere e um especial queijo uruguaio. E assim o fizemos.
Quinta-feira, 20 de dezembro.
Véspera de final do mundo, segundo previsões maias. Hora de iniciarmos o retorno.
Amanheceu chovendo muito forte. Verdadeiro dilúvio. Será que os maias estavam certos? O mundo vai acabar em água? As previsões meteorológicas informam que vai chover o dia todo. O noticiário na TV dá conta que em Porto Alegre chove demais. E é naquela direção que iremos.
Arrumei as maletas (estão bem mais pesadas) na moto sem muita pressa, torcendo para que a chuva desse uma trégua, pelo menos na hora da saída. Dito e feito. Fizemos o trecho até Rio Grande praticamente no seco. Foi mais uma oportunidade de apreciar novamente as belezas da região, notadamente na Estação Ecológica do Taim.
BR 471, cortando o Banhado do Taim
Só não consegui entender, por aqui ali a rodovia é denominada BR 471, quando deveria ser BR 101, já que tem o sentido norte-sul, e seu traçado é pelo litoral.
Em Rio Grande, mais exatamente na localidade de Quinta, a melhor parte da viagem: visita (agora mais demorada) aos nossos amigos Serra e Manja, aqueles com quem almoçamos na terça-feira.
Com os amigos Serra, Manja e a filha Lili
À tarde, de carro com os amigos, city tour pela região. Primeiramente, fomos conhecer a Ilha do Leonídio, e depois a Ilha dos Marinheiros, grandes produtores de verduras. Lá conhecemos uma bebida única: a jurupiga (ou jeropiga). Bebida típica da Ilha dos Marinheiros. Fabricada artesanalmente pelos primitivos habitantes portugueses da ilha, seus descendentes ainda hoje mantém as características desta deliciosa bebida. A Jurupiga é feita de sumo de uvas e álcool (20%), sendo envelhecida em bordalesas por período mínimo de três meses. Fabricação exclusivamente caseira. Provei e gostei. Levemente adocicada, de cor rosada, sabor típico de uva, servida em cálices, geladinha. Diz a lenda, que dita bebida é afrodisíaca.
Ilha dos Marinheiros

Ilha dos Marinheiros

Porto do Rey, na Ilha dos Marinheiros (gente importante já andou por aqui)

Cais do Porto do Rey. Ao fundo, a cidade de Rio Grande

Visitando o produtor desta iguaria
Completando a tarde, conhecemos os molhes da barra e o super porto.
Navio entrando no porto

Vagoneta para passeio nos molhes da barra
À noite, jantar de gala. Manja prepara camarões. Um casal de amigos motociclistas, Paulo e Sandra, dali de Rio Grande, nos acompanham. Estava maravilhoso: o jantar, e a conversa.
Com os amigos Sandra, Paulo, Serra, Lili e Manja
Sexta-feira, 21 de dezembro.
Resolvemos tomar um caminho diferente para voltar. Serra e Manja nos acompanham até o centro da cidade, onde tomamos a balsa para São José do Norte, e ali seguimos pela BR 101, com pavimentação asfáltica recentemente concluída, até Osório. Nesse trecho, a estrada segue por uma estreita faixa de terra, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Tem pouco movimento, não tem pedágios, e em alguns locais o asfalto está esburacado.
Serra e Manja, assistindo nossa partida na balsa

Navegando...
A travessia de balsa demora pouco mais de meia hora e custa R$4,50 para moto. São oferecidos poucos horários por dia, o que desencoraja muita gente de tomar este caminho.
Ao desembarcarmos da balsa, começa a chover. Chuva forte. Lembrei da previsão maia. Será?
Não tínhamos intenção de chegar em casa nesse dia, até porque saímos de São José do Norte já passava das dez da manhã, e mais de oitocentos quilômetros pela frente. Mas aos poucos fomos mudando de ideia e resolvemos encarar. Não nos agradava pensar em chegar num hotel, molhados, e no dia seguinte colocar aquela mesma roupa que por certo não secaria. O tempo todo debaixo de intensa chuva, finalmente chegamos em casa, oito e meia da noite, encharcados até os ossos. Mas foi uma boa tocada, tranquila, sem qualquer incidente.
Aspecto da BR 101, próximo a Mostardas
A moto, nossa velha Harley Ultra 2009, não decepcionou. Mais uma vez, nos levou e trouxe de volta, com todo conforto e segurança. Zero de problemas.
Finalizando meu relato, quero deixar nossos sinceros agradecimentos aos amigos João Serra e Maria Ângela, Manja como carinhosamente é chamada, pela acolhida que tivemos em sua residência, pelo carinho e hospitalidade que nos receberam. Muito obrigado. Esperamos algum dia recebê-los em nossa cidade, e quiçá, viajarmos juntos. Será uma honra.
Osmar e Terezinha

4 comentários:

  1. O navio entrando no quebra-mar é da Hamburg Sud, empresa de navegação alemã onde trabalhei 20 anos, antes de me aposentar.

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  2. É mesmo. Quando vi o navio entrando, lembrei de você.

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  3. Olá Osmar e Terezinha !
    Já estão viajando ? Pela data penso que sim.Todos os dias vocês são lembrados,ou pela jurupiga, ou pela passagem pela balsa, ou pelas pimentas e principalmente pelas motos.

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  4. Olá Manja. Já estamos em Cuiabá. Desculpas pelo nosso silêncio. Acho que é um pouco de preguiça em atualizar o blog. Abraço.

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