Quinta-feira, 21 de fevereiro.
A BR 156 liga a cidade de Oiapoque, no Norte do
Amapá, a Macapá, no sul. Nos mapas rodoviários, consta asfaltada em todos os
580 quilômetros.
|
A BR 165, já no trecho asfaltado |
Logo no início, nos primeiros 47 quilômetros, a
estrada é muito boa. Pavimento impecável, nada de movimento. A rodovia corta a
floresta, desenhando curvas graciosas que aumentam o prazer de pilotar. Não
fosse a chuva forte que caia incessantemente, seria perfeito.
|
Saindo de Oiapoque... |
Mas de repente, sem avisos, sem placas, o
asfalto acaba e somos jogados naquilo que seria um dos piores trechos que já
fizemos, durante toda a viagem. Andando em primeira marcha, e às vezes em
segunda, avançávamos a dez, às vezes a vinte por hora. Não mais que isso.
Buracos, pedras, trechos escorregadios, e atoleiros. Os temidos atoleiros. Tudo
isso agravado por muita chuva. Por seis vezes, a situação exigiu que Terezinha
descesse da moto para eu seguir só, até passar a região mais crítica.
Não contamos quantas pontes, mas seguramente são
mais de meia centena. Pontes de madeira, com dois trilhos de três pranchas
longitudinais cada, que são verdadeiras armadilhas, pois algumas estão
separadas por uma brecha capaz de engolir e trancar o pneu dianteiro. Se isso
acontecer, é queda na certa.
Esta agonia se arrasta por intermináveis 108
quilômetros, que demoramos mais de seis horas para percorrer, quando finalmente
se atinge novamente o asfalto. O bom e velho asfalto. Agora é uma estrada nova,
bonita, aqui e ali alguns operários fazendo trabalhos de acabamento ao longo da
rodovia, e por ela iremos até Macapá, sem sobressaltos.
Até a chuva é bem vinda, agora, em cima do
asfalto. Penso que até me ajudará a tirar um pouco da lama que grudou na moto,
nas botas, na roupa. Mas que nada. Só esfregando com água e sabão.
|
A BR 165, no Amapá |
|
Agora falta pouco, muito pouco! |
|
Extensas plantações de eucaliptos |
|
É nós e nossa sombra! |
Pelo caminho, vi dois lugares para
abastecimento: em Calçoene e Tartarugalzinho.
Chegamos em Macapá à tardinha e nos hospedamos
no Hotel Rio Mar (www.riomar-ap.com). Novo e muito bom. Devido às fortes chuvas que insistiam em
nos acompanhar, não temos fotos do trecho da estrada de terra, e poucas do
trecho de asfalto. A chuva parou e o sol apareceu quando já estávamos chegando
a Macapá. Uma de nossas máquinas fotográficas não está mais funcionando, devido
a umidade. Estamos preservando a outra.
|
Trem de minério, da Serra do Navio para o Porto de Santana |
|
Em Macapá, alguém revoltado contra o governo |
|
Fortaleza de São José de Macapá |
|
Fortaleza vista por outro ângulo |
Sexta-feira, 22 de fevereiro.
Dia dedicado à faxina: lavação de roupas,
lavação da moto.
À tarde, fomos até Santana, um município
vizinho, onde está o porto no Rio Amazonas, e compramos passagem de barco para
Belém, para o domingo, dia 24, na Agência de Passagem Nossa Senhora de Nazaré.
Iremos no NM (navio motor) Coronel José Júlio. Um camarote mais a moto custaram
R$700,00. Sairemos às 10 horas de manhã, com chegada em Belém prevista para a
manhã do dia seguinte.
|
Em Santana, tratar o barco para Belém |
À noite, um dos melhores momentos da viagem:
fomos jantar na casa de um casal amigo, Heitor e Andréa, que conhecemos através
do nosso amigo João da Palhoça. Buscaram-nos de carro no hotel e nos levaram
para a sua casa, num bairro da cidade, onde Heitor mostrou toda a sua habilidade
de churrasqueiro, e Andréa os seus dotes na cozinha mineira. O jantar estava
maravilhoso. A cervejinha também.
|
Com os amigos Andréa e Heitor |
Sábado, 23 de fevereiro
Hoje pela manhã importante compromisso para
marcar nossa passagem pela capital do Amapá: fotografar em frente à sede do
governo do estado, aqui em Macapá, o Palácio Setentrião, para cumprimento de
mais uma etapa do desafio Bandeirante Fazedor de Chuva.
|
Gabi, Andrea e Heitor |
|
Em frente ao Palácio dos Setentriões, sede do governo do Estado do Amapá |
|
Foto compartilhada com os amigos |
|
Tribunal de Justiça, local de trabalho dos amigos Heitor e Andréa |
Heitor e Andrea vieram de carro, acompanhados da
filha Gabi, para participar da seção fotográfica. Depois de cumprido o
compromisso, saímos com eles, de carona no carro deles, com magnífico ar
condicionado, a conhecer os principais pontos turísticos e atrações da cidade.
|
Às portas do Palácio do Setentrião |
|
Muitas mangueiras "carregadas" de frutos, espalhadas pela cidade. |
|
Trapiche Eliezer Levy |
O primeiro deles foi a Fortaleza de São José de
Macapá. Em sua construção a presença da mão-de-obra cabocla e indígena, sob as
ordens do colonizador europeu. Na proposta inicial, a defesa de nossa costa,
hoje é um símbolo de resistência. No seu interior, a imagem do padroeiro São
José, e na capela, a benção ao monumento que passou a ser o principal cartão
postal da cidade. Cidade forte, testemunhando as transformações desta Macapá
morena.
|
Barcos aguardando a maré subir para poderem navegar |
|
Residência do governador do Estado |
|
Portal de entrada da Fortaleza de São José de Macapá |
Depois fomos ao Complexo Beira-Rio, composto de
trapiche que avança rio Amazonas adentro, de diversos bares e quiosques, e
muito espaço para caminhadas e descontração.
|
Maquete da fortaleza |
|
Pátio no interior da Fortaleza |
|
Capela da Fortaleza |
|
Uma das rampas de acesso às muralhas da Fortaleza |
|
O Rio Amazonas visto da Fortaleza |
|
Uma das guaritas da Fortaleza |
|
Mais de uma centena de poderosos canhões guarneciam a Fortaleza |
|
Vista geral da Fortaleza |
Outro monumento importantíssimo é o Marco Zero
do Equador, praticamente no centro da cidade.
|
Aí está o Marco Zero. Belo monumento |
|
Casas nas pontes. Palafitas, no centro da cidade. |
Onde moram os macapaenses? No meio do mundo, na
esquina do Rio Amazonas. E o meio do mundo é o Marco Zero do Equador... O marco
inicial... Dessa grande capital. É aqui que contemplam os equinócios que são
atrativos até mesmo para a comunidade internacional. Quem visita o Marco Zero
pode estar no Norte e no Sul em segundos... Isso é da vontade de cada um.
|
Belo museu |
|
Ribeirinhos |
|
Fundos da casa de ribeirinhos |
|
Navegando num regatão |
|
Desembarcando do regatão |
|
Com o mentor do museu Sacaca |
|
Vai um sorvete aí? De castanha do Pará e de cupuaçú. |
Por fim, o Museu Sacaca. O ribeirinho vai à caça
na madrugada; nos finais de semana pesca no igarapé; o resto da família procura
desenvolver as suas roças, perfazendo o cenário caboclo e seu cotidiano da
floresta. Às vezes quebrado por regatões que singram igarapés e rios, levando e
trazendo seus produtos como parte do escoamento da produção. Parte desse
cenário é retratada no Museu Sacaca, que leva o nome do grande curandeiro da
região.
|
Degustando uma picanha com os amigos. Boa demais! |
À noite, com eles fomos conhecer a orla do rio, repleta
de quiosques oferecendo comidas e bebidas típicas, e com intensa vida noturna.
Poderia afirmar que grande parte da população da cidade vai até ali para
desfrutar o fim de tarde/início da noite. Um lugar muito agradável.
Nosso agradecimento aos amigos Heitor, Andréa e
Gabi, pelo maravilhoso dia que nos proporcionaram. Vocês foram anjos da guarda
para nós. Muito obrigado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário