Quarta-feira, 20 de fevereiro.
O custo de vida em Caiena, e em toda a Guiana
Francesa, é muito alto para nossos padrões. A gasolina custa 1,73 Euros o
litro, equivalente a R$4,53. A diária no Novotel em apartamento standart para
duas pessoas, custou 211 Euros (R$555,44). Um lanche para dois no restaurante
do Novotel, custou R$101,35.
Ontem à tarde, enquanto conhecíamos a cidade,
encontramos um supermercado Carrefour bastante grande. Entramos para conhecer,
e ficamos impressionados com o que vimos. Enorme, repleto de produtos das mais
diversas procedências, notadamente da França. A gôndola de águas parecia não
ter fim: uma infinidade de marcas, tamanhos e preços. E a de vinhos então! Do
mundo inteiro, mas especialmente os franceses. Queijos, presuntos, patês,
chocolates, lácteos, de deixar qualquer um boquiaberto.
|
A Rodovia N2, na Guiana Francesa. Pavimento impecável. |
|
Ponte estreita. Um veículo por vez |
|
Cruzando a ponte estreita |
|
A N2 corta a floresta |
N2 é a rodovia que liga Caiena e Saint Georges
de l´Oyapock. São aproximadamente duzentos quilômetros de estrada boa, asfalto
perfeito, sem buracos, sem surpresas nas entradas e saídas de pontes, pouco
movimento, mas com muitas curvas. Tem-se a impressão de que quando construíram
a rodovia, a maior preocupação foi não agredir a natureza, por isso ela é
estreita e ondulada, acompanhando o capricho do terreno, com poucos cortes de
morros e quase nenhum aterro. E como tem acontecido nos últimos dias, a chuva
foi nossa companheira. Estamos virando sapos.
|
Chegando à fronteira |
|
O Brasil está logo ali! |
|
Instalações fronteiriças no lado da Guiana Francesa |
|
Terezinha foi conferir |
|
Ao fundo, a ponte que liga os dois países, ainda não inaugurada |
|
Aí está ela. |
A saída da Guiana Francesa ainda é pelo centro
da pequena cidade de Saint-Georges, onde está o prédio da PAF – Police aux
Frontières, ramo da Police Nationale encarregado da vigilância de fronteiras,
que funciona das 8 às 12 e das 14 às 18 horas, e onde se toma a balsa para a
travessia do rio Oiapoque. Ou, na falta desta, via transporte alternativo.
|
Centro de Saint Georges, na Guiana |
|
O rio Oiapoque, visto do centro de Saint Georges |
|
Praça central de Saint Georges |
|
Repartição Pública na Guiana |
A ponte que liga os dois países já está pronta,
porém não pode ser utilizada porque ainda não foi inaugurada. Não foi
inaugurada, porque o governo brasileiro não cumpriu sua parte no acordo para a
ligação asfáltica entre os dois países. No lado da Guiana está tudo pronto:
estradas e acessos asfaltados, instalações policiais, alfandegárias e de outros
órgãos de controle. No lado brasileiro, nada! Nada de acessos, nada de
instalações. Inclusive falta asfaltar mais de cento e cinquenta quilômetros da
BR 156, que liga Macapá à cidade de Oiapoque. Inacreditável!
|
Preparando para embarcar |
|
Canoa a postos... |
|
Rampa em posição... |
|
Todo cuidado é pouco! |
|
E aos poucos ela vai se acomodando na canoa |
|
Um trabalho de paciência... |
A travessia do rio Oiapoque é feita através de
uma balsa, mas como nesta época o movimento é pouco, ela quase não opera.
Somente quando é solicitada, e custa 400 Euros a travessia. Isto significa que,
se passar só a moto, tem que pagar integral. Dois ou mais veículos, dividem.
Como só havia nós para passar, então, para a moto, a solução é o transporte
alternativo, em pequenas canoas.
|
Já está quase lá! |
|
Acertando os últimos detalhes... |
|
Amarrando firmemente. Nós de marinheiro! |
|
Moto embarcada, aproveito para uma pequena faxina... |
|
Conferindo a segurança |
|
Embarcando... |
Existem dois grupos de “atravessadores” do rio.
O amarelo (porque usam camiseta amarela) e o verde (camiseta verde), e que,
quando veem algum provável cliente, imediatamente começam a disputar quem
levará. Depois de presenciar acirrada discussão, mútua troca de acusações,
elogios e outras sutilezas, optamos por um grupo misto: chefe verde e dois
auxiliares, um amarelo e um neutro. E eu reforçando a equipe. Custou 60 Euros,
aí incluídas a carga e descarga. Sim, porque não é fácil colocar uma moto
grande em uma canoa pequena, que não é apropriada para isso. Terezinha ficou
encarregada de fotografar as operações de carga e descarga. E como sempre, o
fez com muita competência. A chuva prejudicou um pouco a “fotografação” do
desembarque, que foi feita à distância, de um abrigo próximo.
|
Navegando... |
|
Olhos atentos! |
|
A ponte que não foi inaugurada ainda |
|
Ali está Oiapoque |
Moto embarcada, lá vamos nós em direção ao Brasil.
A travessia demora em torno de meia hora, isto porque é necessário navegar rio
acima, por uns três ou quatro quilômetros. Nesse ponto, o rio Oiapoque tem
largura variando de trezentos a quinhentos metros, águas limpas, calmas, e
intenso movimento de pequenas embarcações, tanto de pescadores em direção ao
Oceano, quanto de ribeirinhos, turistas e motociclistas.
|
Desembarcando no Brasil |
|
Verdadeira operação de guerra |
|
Finalmente |
|
A equipe. O chefe exibe orgulhoso seus Euros merecidamente ganhos |
Ao deixarmos a Guiana Francesa para trás,
veio-me à lembrança um dos objetivos dessa viagem: visitar os últimos três
países da América do Sul que ainda não conhecíamos, ou seja, as Guianas, de
moto. Tarefa cumprida!
Agora vamos para o objetivo seguinte: visitar e
nele rodar de moto, o único estado brasileiro que ainda não conhecemos: o
Amapá. Não querendo ser otimista, mas acho que cumprimos esse objetivo também,
ao nos deslocarmos do desembarcadouro até o hotel, em Oiapoque. Foram apenas
quinhentos metros, mas pertencentes ao Amapá.
|
Vista do Hotel Floresta |
|
Aqui começa o Brasil |
|
Belo marco, visto por outro ângulo |
|
E por outro |
|
E por outro |
|
Mais uma para fixar bem! |
No centro da cidade de Oiapoque, às margens do
rio, encontramos um marco, muito bonito, bem conservado, com bandeira do Brasil
hasteada, e com os dizeres: “Município de Oiapoque. Aqui inicia o Brasil”, e
trechos do nosso Hino Nacional. Não tivemos dúvida: fotografamos para marcar
nossa passagem pelo local.
Agora, eu e Terezinha já podemos dizer que
fizemos “do Oiapoque ao Chuí”, de moto.
|
A ponte, vista da cidade de Oiapoque |
|
Uma geral do monumento, com a Bandeira do Brasil hasteada |
|
Outrasita mas... |
Estamos hospedados no Hotel Floresta
(www.floresta.fr), telefones (96) 8807-6168, 3521-1250 e 4204-021, na margem do
rio Oiapoque. Hotel simples, confortável, preço razoável e com vista
privilegiada do rio.
É meus amigos isso só para bravos, e voces os são. Parabens. Tenho viajado com voces. Abraços
ResponderExcluirGrande honra ter a sua companhia nessa viagem, meu amigo. E vamos em frente!
ExcluirOsmar e Tereziha