Domingo, 24 de fevereiro.
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Mais uma do Marco Zero, em Macapá |
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Lembre-se: você está no meio do mundo! |
Era intenso o movimento no porto de Santana na
manhã de domingo. Barcos chegando trazendo passageiros e mercadorias: peixes,
frutas, farinha, etc. E barcos partindo, levando passageiros, motociclistas e
suas motos e muitas saudades. Saudades dos amigos que aqui fizemos e aqui deixamos.
Foi um final de semana inesquecível, na companhia dos amigos Heitor, Andréa e
Gabi. Quiséramos ficar mais, porém ainda temos muito que percorrer. Um dia,
quem sabe...
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Porto do Grego, em Santana, próximo a Macapá. |
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Este é o nosso navio: o Coronel José Júlio. |
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Preparando para o embarque: teria que passar por dentro deste. |
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Até que foi fácil! |
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Agora passando para o José Júlio |
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Pronto. Agora é só manobrar para acomodar ela entre as redes. |
O nosso barco NM Coronel José Julio já estava
bastante carregado quando chegamos. Foi fácil embarcar a moto, pois ele estava
alinhado com o piso do cais. Entramos rodando. E o barco partiu exatamente na
hora prevista, dez da manhã.
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Toda amarrada para evitar queda, em caso de balanço do navio. |
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Pessoal das redes acompanhou o embarque |
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Tabela de preços |
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Depois de zarpar, uma foto para lembrar |
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Conferindo as amarrações |
Vida a bordo
O Coronel José Julio é um barco de ferro, velho,
mas se revelou bastante rápido. Ficamos em um dos quatro camarotes. Equipado
com ar condicionado (um aparelho para dois camarotes) e duas camas em forma de
beliche. E só. Nada de mesa, cadeira, ou qualquer outro item de conforto.
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O beliche no camarote. |
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Almoço: PF bem servido! |
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Crianças aguardam a passagem do barco para ganhar presentes que são atirados pelos passageiros |
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Lá vem o pequerrucho pegar o seu! |
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Um racha aquático! |
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Embarque no meio do rio |
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Balsa com carretas |
Banheiros de uso comum a todos os passageiros e
tripulantes, na popa.
A grande maioria das pessoas viaja em suas
próprias redes. Homens, mulheres e crianças passam o dia todo, e a noite
também, deitados em suas redes. No total, deveria haver ali unas cento e vinte
pessoas.
Exceto o café da manhã, a comida não estava
inclusa no preço da passagem. O almoço me lembrou a comida dos navios de
cruzeiro, ou seja, nada a ver. Por dez reais, um PF bem servido com feijão,
arroz, macarrão, maionese e carne de panela. Na mesa, farinha e água à vontade.
Para o jantar, idem, idem, com opção de carne ou frango.
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Contemplando a maravilhosa natureza |
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Viajando na proa |
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E junto com a moto |
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Eita vidinha mais ou menos |
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A casa de um ribeirinho |
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Escola para os ribeirinhos |
Sem internet a bordo, sem TV ou outra distração,
restam poucas alternativas para fazer o tempo passar. A paisagem que desfila
aos olhos muda pouco, quase nada. É mato e água para onde quer que se olhe. Às
vezes as margens se aproximam e logo tornam a se afastar. Vez por outra, a casa
de um ribeirinho quebra a monotonia do verde, e o balançar do barco indica que
ele pegou uma onda deixada por outro barco que passou. É frequente encontrar
grandes balsas carregadas de caminhões carretas, indo ou vindo.
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Belém à vista! |
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Desembarcando... |
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Desembarcado! |
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O acesso ao cais é ruim demais! |
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E uma jantinha em Belém, para compensar: filhote grelhado com alcaparras |
A maioria dos passageiros (homens) vieram
conversar comigo, e fizeram duas perguntas sobre a moto (que todos olhavam
maravilhados): quanto corre? E, quanto custa?
Segunda-feira, 25 de fevereiro.
O café da manhã a bordo foi mais ou menos o
esperado: café preto já adoçado (mas muito adoçado), leite, biscoito cream
cracker, margarina, e maçã. Bom demais!
Chegamos a Belém por volta das doze e trinta. O
desembarque foi rápido e fácil, sem emoções. Do porto, rumamos direto para
Raviera Motors, a revenda autorizada BMW em Belém, para um check-up na moto.
Acho necessário uma boa olhada nas pastilhas dos freios, estado dos pneus, e
funcionamento geral da moto depois dos trechos de estradas ruins por onde
passamos.
Fomos muito bem recebidos e atendidos por todos,
e em menos de duas horas já estávamos prontos. Agradeço ao Márcio que agilizou o
atendimento, e inclusive reservando hotel para nós, nesta bela cidade.
Estamos hospedados no Ibis.
Terça-feira, 26 de fevereiro.
Dia dedicado a conhecer um pouco da cidade de
Belém. Logo cedo nos encontramos com o Vivaldo, um militar reformado que mora
na cidade, meu amigo dos tempos de Exército. Fizemos juntos o curso de
Sargentos na EsSA (Escola de Sargentos das Armas), em 1967. E para começar,
fomos direto para o famoso Mercado Ver o Peso, onde é vendido de tudo, mas
principalmente, frutas e peixes da Amazônia. E nisso Vivaldo é perito, pois
aprendeu muito sobre os recursos da floresta, nos cursos de sobrevivência e de
guerra na selva que fez por aqui. E sempre que possível, experimentávamos de
tudo, principalmente as frutas exóticas. Deliciosas!
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O centro antigo de Belém |
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Frutas no Mercado Ver o Peso |
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O cupuaçu |
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Ilustres visitates |
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Com o meu amigo Vivaldo |
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A polpa do cupuaçu |
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Peixes do rio |
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A bela estrutura de ferro do mercado (veio de Inglaterra) |
Depois um citytour pela parte histórica da cidade,
almoço numa das melhores peixarias e nos despedimos. Eu e Terezinha partimos para
mais um compromisso dentro do desafio Bandeirante Fazedor de Chuva: visitar o
palácio sede do governo do Estado do Pará, conhecido como o Palácio dos
Despachos. Está situado um pouco retirado do centro, na rodovia Augusto
Montenegro, Km 9. Com a devida autorização do comandante da guarda, foto tirada
para comprovar a visita, e agora somente nos restam seis capitais. Falta pouco,
muito pouco, pouco mesmo!
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Ao fundo, as torres do mercado |
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O relógio da praça do mercado |
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Antigo palácio sede do governo do Estado. Hoje um museu |
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Com o meu amigo Vivaldo, num monumento em homenagem aos Expedicionários |
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Prédio da Assembléia Legislativa do Pará |
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Com Vivaldo, almoçando um peixinho |
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No Palácio dos Despachos, sede do Governo do Estado do Pará |
Estação das Docas: criada a partir da
restauração do antigo porto de Belém, é um convite à contemplação da bela Baia
do Guajará. Com 500 metros de extensão e área de 32 mil metros quadrados, o
espaço abriga três armazéns e um terminal de passageiros, que oferecem variadas
opções de gastronomia, cultura, lazer e entretenimento. E foi lá, na Cervejaria
Amazon Beer que, a convite do Ismar, encontramos com amigos do BMW Clube do
Pará, para uma conversa sobre viagens de moto. Foi uma noitada muito agradável.
Muito obrigado amigos, pela gentileza.
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Com os amigos do BMW Clube do Pará: Marize, Nathalia, Yuri, Ismar, Théa e Euler |
A foto com os preços das passagens, mencionando a parada em Breves, me lembrou muito o tempo em que eu navegava no NT "Dom João", um petroleiro especializado no transporte de gasolina e querosene de aviação. Carregávamos a AvGas nos Estados Unidos e trazíamos para o Brasil. Passei muitas vezes no Estreito de Breves, subindo o Rio Amazonas entre Belém e Manaus. Lembro-me dos garotos, nas margens, vindo com as canoas e pedindo coisas. Os tripulantes jogavam para eles pão de forma e latas de leite condensado e leite em pó. 45 anos depois a pobreza naquela região continua igual.
ResponderExcluirOs garotos de Breves ainda estão por lá. É espetacular vê-los em suas minúsculas canoas abordar os navios em movimento. Pena que era noite, e não pudemos filmar. Mas levamos na memória. Abraço, Osmar e Terezinha
ExcluirOh Osmar...temos uma história parecida...fui infante da Aeronáutica (1° Sgt) e estou na Justiça Federal/RJ, onde exerço a função de Oficial de Justiça)...tenho uma motocicleta do mesmo modelo e ano da que aparece nas foto...GS 1200 R Adventure/2010...É isso? Irmão, estou com um projeto (expedição Oiapoque) para Outubro de 2017 e gostaria de algumas orientações quanto ao embarque da moto....Parabéns pela viagem!
ResponderExcluirCLAUDIO AMORIM
Oh Osmar...temos uma história parecida...fui infante da Aeronáutica (1° Sgt) e estou na Justiça Federal/RJ, onde exerço a função de Oficial de Justiça)...tenho uma motocicleta do mesmo modelo e ano da que aparece nas foto...GS 1200 R Adventure/2010...É isso? Irmão, estou com um projeto (expedição Oiapoque) para Outubro de 2017 e gostaria de algumas orientações quanto ao embarque da moto....Parabéns pela viagem!
ResponderExcluirCLAUDIO AMORIM
Coronel José Julio. História da minha família.
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