Domingo, 21 de dezembro de 2014, 4º dia da viagem.
Amanheceu chovendo.
Com chuva, ou sem chuva, devemos prosseguir. Antes
porém, aquele gesto ao qual já estávamos nos acostumando, pois repetido a cada
dia antes de iniciar a jornada: orar. Agradecer pela proteção recebida nos dias
anteriores, e pedir que esta proteção se estenda pelo dia de hoje, para todos
nós, que viajamos neste maravilhoso grupo “Expedição Patagônia”, e para todos
os motociclistas e motoristas que trafegam pelas excelentes rodovias
argentinas. Esse gesto nos foi trazido por Giba, que pacientemente aguarda
todos se aprontarem, para depois, darem-se as mãos, formando um círculo
virtuoso, para então iniciar a oração matinal. Isto nos tem feito muito bem.
Chuva na saída de Buenos Aires (Foto por Marileia) |
Saindo de Buenos Aires, logo agarramos a famosa Ruta
3, e por ela seguiremos até o Fim do Mundo, na Província da Terra do Fogo,
cidade de Ushuaia, mais precisamente na Baia Lapataia, distante cerca de 3.079
quilômetros.
O trecho previsto para hoje será de cerca de 650 Km
até a cidade de Bahia Blanca, cujo nome tem origem da brancura dos salitres
costeiros. É uma das mais importantes cidades do sul argentino, e importantíssimo
complexo portuário, sendo o porto de grãos mais importante do país. Daí o
grande movimento de caminhões indo e vindo.
Sua população é de cerca de 400 mil habitantes.
Romy e Alcir durante uma abastecida. |
A Ruta 3 (Foto por Mariléia). |
A Ruta 3 (Foto por Mariléia). |
João, durante um abastecimento (Foto por Mariléia) |
O grupo se preparando para mais uma "pernada" (Foto por Mariléia). |
Tudo transcorreu normalmente até a pequena Coronel
Dorrego, onde fizemos parada para abastecimento e lanche, antes de enfrentar a
última centena de quilômetros do dia.
A rodovia atravessa extensa região de pampas, e aí
fomos surpreendidos por violenta tempestade, com rajadas de vento que insistiam
em empurrar as motos para fora da estrada. Havia momentos em que parecia a moto
estar saindo de baixo da gente. Nestes casos, a solução é colocar marcha de
mais força e acelerar, enfrentando a força dos ventos. Nunca parar, pois o
risco de ser jogado ao chão é grande.
Foram dezenas de quilômetros sob a ação dos ventos
intensos.
Foi o “batismo de vento” dos expedicionários.
A chegada à cidade, e ao Hotel Argos, foi motivo de
grande comemoração pelo grupo. Todos venceram o obstáculo com galhardia.
Para compensar, jantar num dos melhores restaurantes
da cidade, o Victor, com três grandes atrações: o melhor bife de chorizzo da
região, a cerveja Quilmes mais gelada, e a memória de Omar, o garçom. O cara
recebeu todos os pedidos da nossa mesa, grupo de onze pessoas, e sem anotar
nada, foi trazendo e servindo a cada um, bebida, entrada, prato principal, sem
perguntar quem pediu isto, quem pediu aquilo. Ao final, ainda trouxe a conta,
separada por casal. E sem erros. Caprichamos na “propina”.
A tempestade começa a se formar (Foto por Mariléia). |
Foto por Mariléia |
Foto por Mariléia |
Chegamos! |
Foto por Mariléia. |
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