Quarta-feira, 19 de dezembro.
Dia de descanso. Bem, não exatamente descanso. Pela
manhã fomos garimpar ofertas na Zona Franca de Chuy (lado uruguaio). Muita
coisa bonita, muita coisa barata, mas, para felicidade geral da nação, pouco se
pode comprar, pois não há como carregar na moto. Beleza! Meu cartão de crédito
agradece.
Fiz duas constatações:
- É desnecessário ficar comparando preços nas
diversas lojas. Todas vendem praticamente as mesmas coisas, por preços muito
semelhantes. Para economia de tempo, dinheiro e paciência, o segredo é comprar
tudo o que se quer logo na primeira loja que entrar. E, eventualmente, ir em
outras, para completar as compras. O tempo ganho você pode usar bebendo uma
Patrícia no barzinho da esquina.
- É mais vantajoso pagar em reais. As mercadorias
estão com preço em dólar, e no caixa o câmbio era US$1,00 = R$2,00, enquanto
que se pago com cartão de crédito, é utilizado o câmbio oficial (está mais de
R$2,10), acrescido de IOF.
Feitas as compras (sempre se encontra algo para
comprar), o restante do dia foi para curtir o Hotel Bertelli, um bom Carmenere
e um especial queijo uruguaio. E assim o fizemos.
Quinta-feira, 20 de dezembro.
Véspera de final do mundo, segundo previsões maias.
Hora de iniciarmos o retorno.
Amanheceu chovendo muito forte. Verdadeiro
dilúvio. Será que os maias estavam certos? O mundo vai acabar em água? As previsões
meteorológicas informam que vai chover o dia todo. O noticiário na TV dá conta
que em Porto Alegre chove demais. E é naquela direção que iremos.
Arrumei as maletas (estão bem mais pesadas) na
moto sem muita pressa, torcendo para que a chuva desse uma trégua, pelo menos na
hora da saída. Dito e feito. Fizemos o trecho até Rio Grande praticamente no
seco. Foi mais uma oportunidade de apreciar novamente as belezas da região,
notadamente na Estação Ecológica do Taim.
BR 471, cortando o Banhado do Taim |
Só não consegui entender, por aqui ali a rodovia
é denominada BR 471, quando deveria ser BR 101, já que tem o sentido norte-sul,
e seu traçado é pelo litoral.
Em Rio Grande, mais exatamente na localidade de
Quinta, a melhor parte da viagem: visita (agora mais demorada) aos nossos
amigos Serra e Manja, aqueles com quem almoçamos na terça-feira.
Com os amigos Serra, Manja e a filha Lili |
À tarde, de carro com os amigos, city tour pela
região. Primeiramente, fomos conhecer a Ilha do Leonídio, e depois a Ilha dos
Marinheiros, grandes produtores de verduras. Lá conhecemos uma bebida única: a
jurupiga (ou jeropiga). Bebida típica da Ilha dos Marinheiros. Fabricada artesanalmente
pelos primitivos habitantes portugueses da ilha, seus descendentes ainda hoje
mantém as características desta deliciosa bebida. A Jurupiga é feita de sumo de
uvas e álcool (20%), sendo envelhecida em bordalesas por período mínimo de três
meses. Fabricação exclusivamente caseira. Provei e gostei. Levemente adocicada,
de cor rosada, sabor típico de uva, servida em cálices, geladinha. Diz a lenda, que dita bebida é afrodisíaca.
Ilha dos Marinheiros |
Ilha dos Marinheiros |
Porto do Rey, na Ilha dos Marinheiros (gente importante já andou por aqui) |
Cais do Porto do Rey. Ao fundo, a cidade de Rio Grande |
Visitando o produtor desta iguaria |
Completando a tarde, conhecemos os molhes da
barra e o super porto.
Navio entrando no porto |
Vagoneta para passeio nos molhes da barra |
À noite, jantar de gala. Manja prepara camarões.
Um casal de amigos motociclistas, Paulo e Sandra, dali de Rio Grande, nos
acompanham. Estava maravilhoso: o jantar, e a conversa.
Com os amigos Sandra, Paulo, Serra, Lili e Manja |
Sexta-feira, 21 de dezembro.
Resolvemos tomar um caminho diferente para
voltar. Serra e Manja nos acompanham até o centro da cidade, onde tomamos a
balsa para São José do Norte, e ali seguimos pela BR 101, com pavimentação
asfáltica recentemente concluída, até Osório. Nesse trecho, a estrada segue por
uma estreita faixa de terra, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Tem
pouco movimento, não tem pedágios, e em alguns locais o asfalto está
esburacado.
Serra e Manja, assistindo nossa partida na balsa |
Navegando... |
A travessia de balsa demora pouco mais de meia
hora e custa R$4,50 para moto. São oferecidos poucos horários por dia, o que
desencoraja muita gente de tomar este caminho.
Ao desembarcarmos da balsa, começa a chover.
Chuva forte. Lembrei da previsão maia. Será?
Não tínhamos intenção de chegar em casa nesse
dia, até porque saímos de São José do Norte já passava das dez da manhã, e mais
de oitocentos quilômetros pela frente. Mas aos poucos fomos mudando de ideia e
resolvemos encarar. Não nos agradava pensar em chegar num hotel, molhados, e no
dia seguinte colocar aquela mesma roupa que por certo não secaria. O tempo todo
debaixo de intensa chuva, finalmente chegamos em casa, oito e meia da noite, encharcados
até os ossos. Mas foi uma boa tocada, tranquila, sem qualquer incidente.
Aspecto da BR 101, próximo a Mostardas |
A moto, nossa velha Harley Ultra 2009, não
decepcionou. Mais uma vez, nos levou e trouxe de volta, com todo conforto e
segurança. Zero de problemas.
Finalizando meu relato, quero deixar nossos
sinceros agradecimentos aos amigos João Serra e Maria Ângela, Manja como
carinhosamente é chamada, pela acolhida que tivemos em sua residência, pelo
carinho e hospitalidade que nos receberam. Muito obrigado. Esperamos algum dia
recebê-los em nossa cidade, e quiçá, viajarmos juntos. Será uma honra.
Osmar e Terezinha
Osmar e Terezinha
O navio entrando no quebra-mar é da Hamburg Sud, empresa de navegação alemã onde trabalhei 20 anos, antes de me aposentar.
ResponderExcluirÉ mesmo. Quando vi o navio entrando, lembrei de você.
ResponderExcluirOlá Osmar e Terezinha !
ResponderExcluirJá estão viajando ? Pela data penso que sim.Todos os dias vocês são lembrados,ou pela jurupiga, ou pela passagem pela balsa, ou pelas pimentas e principalmente pelas motos.
Olá Manja. Já estamos em Cuiabá. Desculpas pelo nosso silêncio. Acho que é um pouco de preguiça em atualizar o blog. Abraço.
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