terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Finalizando...

De Zapala seguimos pela 40 ate San Rafael, bela cidade já na Provincia de Mendoza, também grande produtora de vinhos, onde pernoitamos. No trajeto, surpresa: o trecho da rodovia entre Barrancas (depois de Chos Malal) até Malargue, que nos mapas consta como asfaltado, é tudo ripio. E tome poeira, buracos, pedras, etc.
De San Rafael fomos a Mendoza (tudo asfalto), onde tomamos uma atitude radical: lavar o carro. E também fazer a revisão dos trinta mil quilômetros (já rodamos dez mil). E por falar nisso, importa registrar o desempenho do Hyundai IX35 durante a viagem: irretocável. Não apresentou o menor problema. Absolutamente nada. Enfrentou com muita segurança o ripio, a poeira, a altitude, o calor, o frio. O motor sempre respondeu bem em qualquer situação. A suspensão macia, porém firme, aliada ao ar condicionado, tornaram a viagem muito agradável. O consumo de combustível ficou em torno de dez quilômetros/litro.
Em Mendoza ficamos hospedados no IBIS. Aproveitamos para revisitar alguns lugares conhecidos durante os encontros de Harley, como por exemplo, o restaurante Villa Florencia, e o Shoping Palmares com a espetacular Parrilla La Marchigiana. E dê-lhe bife de chorizzo.
De Mendoza, agora com o carro limpinho e cherosinho, deixamos a Ruta 40 e tocamos até Villa Maria, na Província de Cordoba, onde pernoitamos no hotel Howard Johnson, muito bom.
De Villa Maria, seguindo por excelente auto pista, logo chegamos a Rosario, a segunda maior cidade da Argentina, cruzamos o rio Paraná por um moderno complexo de pontes, e em Colon, cruzamos a fronteira para o Uruguai. Pernoitamos em Paysandu, no Gran Hotel Paysandu. No jantar, me propus a tirar uma dúvida: qual a melhor carne. O bife de chorizzo da Argentina ou o entrecote do Uruguai. Hummmm!
No Uruguai, estrada bem ruim até Tacuarembo, e depois melhorando até a fronteira com o Brasil, em Rivera, onde aproveitamos para algumas comprinhas básicas na Zona Franca, luxo que não se pode dar, quando em viagem de moto. Alguns vinhos em promoção, cervejinha, e um perfuminho. Nada fora da quota. Por sinal, entrando no Brasil, caímos num pente fino da aduana. Que bom rever meus ex-colegas trabalhando, pelo sábado de tarde. Não senti saudades.
Ainda com luz do final da tarde, chegamos a São Gabriel e, milagre, conseguimos uma vaga no concorrido hotel San Izidro. Entre os mais de seiscentos hospedes, nós éramos os únicos brasileiros. Privilégio.
Domingo, 29 de janeiro. O dia amanheceu perfeito para viajar. Sol alto quando saímos, dispostos a chegar em casa. E chegamos, apesar das dificuldades da BR 101, no trecho sul de Santa Catarina, com as obras de duplicação, que já se arrastam por décadas, e sem previsão de um final. Estranho, porque essa rodovia já esta toda duplicada no Rio Grande do Sul, e em Santa Catarina existem trechos enormes, onde não se nota sequer sinal de obras. O que estará por trás disso?
Já era noite quando chegamos em casa, não sem antes uma passadinha em Porto Belo, rever o Fernando e a Lu, grávidos esperando pela Izadora.
Concluindo, um breve balanço:
Viajar em carro é muito bom, mas em moto é melhor;
Agradeço à minha inseparável companheira pela agradável companhia em mais esta viagem, e já aproveito a oportunidade para convida-la para a próxima, não sei quando e nem para onde;
Por fim, agradeço a Deus por estar sempre conosco.
Osmar e Terezinha


Jantar básico

Bife de Chorizzo argentino

Jantando no Uruguai

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Zapala

Passando por Villa La Angostura, onde pernoitamos ontem, pudemos constatar os estragos provocados pelo vulcão Puyehue (do Chile), situado a 30 quilômetros. Desde meados do ano passado, o vulcão vem expelindo cinzas e areia. Prejudicou em muito a vida das pessoas nessa região.





San Martin de los Andes

A Hosteria Canela, em Esquel

Nuvem de cinzas vulcânicas, ao sul de Bariloche

sábado, 21 de janeiro de 2012

Esquel

Hoje, sábado, 21 de janeiro, o dia amanheceu chuvoso em Perito Moreno. Lembrei-me dos nossos amigos gaúchos, que viajam em moto, e que partiram tempranito para o sul, em direção a Ushuaia. Viajar em moto é muito bom, mas com chuva... Melhor em dias de sol.
Ontem ficamos até tarde conversando, contando nossas façanhas em viagens, contando vantagens, mentindo um pouco, mas conversando com muita descontração, quando nos despedimos, acho que pela terceira vez, eis que iríamos em direções diferentes. Acho que desta vez vai.
Sob a porta do nosso quarto, vejo um bilhete:
"Amigos Osmar e Terezinha! Desejamos boa viagem e muito obrigada pela companhia nestes dias. Que a chuva  os abençoe. Abraços, Manja, Serra, Eliseu e Gladis. 21/01/2012".
Depois de ler o bilhete várias vezes,. pensei: Que Deus os acompanhe, meus amigos, que a chuva cesse logo, que o sol brilhe em vosso caminho, e que o vento, o inclemente vento da Patagônia não os incomode tanto. Espero, algum dia, ir a Pelotas provar um famoso quindim com cobertura de chocolate, e levar minha garrafa térmica para alguém em Quintas consertar.
Voltando à realidade, saimos de Perito Moreno com chuva fraca, mas suficiente para apagar o pó da Ruta 40, que ainda tem alguns trechos em ripio.
No meio da tarde, chegamos a Esquel, e nos hospedamos na belissima e confortável Hosteria Canela - www.canelaesquel.com
Tecka, uma cidade às margens da Ruta 40



A Ruta 40, ainda com trechos em ripio

Perito Moreno

Saindo de Cochrane, subimos pela Carretera Austral até encontrar o Lago General Carrera, e ali, numa bifurcação, tomamos à direita, em direção a Chile Chico, e o Paso Jeinimeni, para reentrar na Argentina.
A maior altitude que passamos, nesse trecho, foi cerca de 600 metros. Nada de cordilheira.
Nosso objetivo agora é chegar até a Ruta 40, a grande estrada que corta a Argentina, de norte a Sul, e rodar por ela alguns quilômetros.


Nossos amigos gaúchos
A travessia da fronteira é muita tranquila. Pouco movimento, funcionários atenciosos e corteses de ambos os lados. Alguns minutos, já estamos rodando em asfalto na Argentina. O rípio e a poeira parece que ficaram para trás.
Na pequena cidade de Perito Moreno (não confundir com o glaciar, que fica em El Calafate), quando estávamos a procurar hotel, quem encontramos? Nossos amigos gaúchos, que tínhamos nos despedido em Cochrane, pois eles iam para o sul, até Ushuaia, e nós para o Norte. O destino nos prega cada peça! Acabamos ficando no mesmo hotel e prá variar, fomos jantar juntos outra vez. Tá difícil da gente se separar.

Caleta Tortel


Dia 19/01/2012
Hoje visitamos um povoado interessantissimo, depois que deixamos Villa O´Higgins: Caleta Tortel, pendurada nas encostas que margeiam o Rio Baker, não tem ruas. Somente passarelas em madeira. Veículos não entram. Ficam estacionados lá em cima, no barranco. Muitos hotéis e restaurantes.
Avenida Costanera - Caleta Tortel

O dia amanheceu frio em Villa O´Higgins, em torno de 8 graus. Mas com muito sol revelando belissimas paisagens, emolduradas por montanhas coroadas de gelo/neve.
Amanhecer em Villa O´Higgins
Antes de partir, aproveitamos para tomar algumas fotos nos principais pontos da cidade, como em frente a Prefeitura, por exemplo.

E na placa de boas vindas, já que ontem, na chegada, quase à noite, ela passou desapercebida.


E na volta, uma sucessão de verdadeiros cartões postais.
A Carretera Austral, saindo de Villa O´Higgins

Para facilitar a saída do transbordador, os veículos embarcam em marcha à ré.
Embarcando (de ré) no transbordador
E dê-lhe paisagens de tirar o fôlego.
A Caleta Tortel é um lugarejo interessantíssimo. Há alguns anos atrás, um dos príncipes da Inglaterra ficou ali três meses trabalhando para a Marinha Inglesa. Esteve hospedado no ginásio de esportes local. Grande alvoroço entre as moçoilas casadoiras (afinal estavam mui cerca de um verdadeiro príncipe).
Minha rainha também visitou Caleta Tortel.
Caleta Tortel
Terminado o dia, estávamos de volta a Cochrane, onde jantamos (outro delicioso salmão), em companhia dos nossos amigos gaúchos, que estão viajando em moto por estas bandas.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Villa O´Higgins

Dia 18/01
Acordamos dispostos a ir até Cochrane, e de lá obter informações sobre o melhor paso para a Argentina, e assim iniciarmos nossa viagem de volta, pela Ruta 40, já que o ripio e a poeira já estavam passando dos limites. Mas alguma coisa não estava bem. Deixaríamos de ir a Villa O´Higgins, o ponto final da Carretera Austral. Seria como nadar e morrer na praia, já que um dos objetivos desta viagem é percorrer toda a carretera. Temos que ir até o final. E assim decidimos fazer.
Neste trecho o ripio me pareceu mais amigável, e a poeira mais light. Sem pressa, os quilômetros foram vencidos.
Na localidade de Puerto Yungai a carretera é interrompida por um braço de mar, cuja transposição é feita por um transbordador do governo (free), com três horários diários: 10, 12 e 18 horas, até a localidade de Rio Bravo.
A travessia demora cerca de quarenta minutos, e é feita na barcaza Padre Antonio Ronchi, onde cabem poucos veículos. A nossa travessia ela estava lotada: três caminhões, seis camionetes, meia dúzia de motos e outras tantas bicicletas.
De Rio Bravo até Villa O´Higgins encontramos o melhor rípio de toda a carretera. Pista simples, mas bem cuidada. Pouco movimento (quase nada). Em duas horas, chagamos ao nosso destino. A tarde já estava no final. Depois de nos instalarmos numa cabana, fomos comemorar. Jantar em grande estilo: salmão grelhado acompanhado de um Casillero del Diablo Cabernet Sauvignon 2010. Excelente safra!
Obrigado Deus, por estar sempre conosco!


Prefeitura de Villa O´Higgins








Antiga placa, em Puerto Yungay

Aguardando a hora do embarque, em Puerto Yungay

Puerto Bertrand

Andamos mais um pouco no asfalto, e novamente lá vem o ripio, e com ele a intragável poeira. Mas este é o charme da Carretera Austral: ripio.
A atração de hoje foi visitar a Catedral de Marmol, uma península de Mármore com fascinantes grutas construídas pela erosão das águas do Lago General Carrera, na localidade de Puerto Rio Tranquilo. Vale à pena conferir.
Ao final da tarde, chegamos a Puerto Bertrand, onde ficamos hospedados nas cabanas Rápidos del Rio Baker (www.rapidosdelriobaker.com), onde fomos gentilmente recebidos pelo Don Ricardo, e muito bem atendidos pelo cozinheiro, garçon, recepcionista, etc, Jorge. Jorginho para os amigos. Se precisar, até receita médica ele dá!
Nossos amigos gaúchos seguiram em frente em suas possantes máquinas (uma BMW 1200 GS Adventure, e uma Yamaha Super Teneré 1200), com previsão de pernoite em Cochrane.
Despedida em Puerto Bertrand

Paisagem na Carretera Austral





Catedral de Mármol, em Puerto Rio Tranquilo

Catedral de Marmol


Coyaique

A estadia no hotel Espacio y Tiempo de La Junta nos propiciou o início de uma grande amizade, com o gaúchos Serra e Manja, e Eliseu e Glasdis, viajando em motos, que conhecemos no transbordador durante a travessia Castro-Chaitén.
Sem muitas formalidades, seguimos juntos. Acho que a grande atração que temos por motos, eu e Terezinha, nos fez segui-los e desfrutar um pouco desta viagem em suas companhias.
Nos primeiros cem quilômetros de hoje, estrada em ripio, muita poeira, mochileiros e viajantes em bicicletas. E mais poeira.
No Parque Nacional Queulat, uma atração espetacular: O Ventisquero Colgante. Um Glaciar cujo gelo se espreme por uma garganta antes dos blocos se desprenderem e se lançarem por várias dezenas de metros precipício abaixo, produzindo o estrondo de um imenso trovão. Tivemos a rara oportunidade de presenciar esta queda de gelo por duas vezes. Magnífico!
Ventisquero Colgante derrubando gelo.

Placa na entrada do Parque Nacional Queulat

Paisagens ao longo da Carretera Austral

Mais paisagens
Ao final da tarde, chegamos a Coyhaique, e prá variar, jantamos um delicioso salmão grelhado, regado por excelente vinho branco, chileno naturalmente.
Amigos brasileiros

Vista da localidade de Puyuhuapi